Rio - Menos de 24 horas após desaparecer em Maricá, na Região Metropolitana do Rio, a estudante L, de apenas 11 anos, foi encontrada nesta segunda-feira no começo da tarde num posto de combustíveis na RJ-106. Funcionários do posto avisaram à polícia e aos pais da menina. Ela saiu de casa no bairro Mombuca, às 17h40 de domingo. No fim da noite, agentes da Delegacia de Homicídios de Niterói prenderam em flagrante Matheus Reis da Silva, 20. Ele foi autuado por estupro de vulnerável.
Para parentes, a garota de olhos azuis, bonita e amante das artes contou que dois homens a levaram até um cativeiro, de onde conseguiu fugir pela janela e em seguida embarcou num ônibus. A história, no entanto, ainda não foi totalmente esclarecida e a Polícia Civil teve que ouvir mais uma vez a menina e a mãe. Durante o reencontro, emocionadas, mãe e filha se abraçaram, e ambas choraram muito: “Consegui fugir, mãe”, disse a menina que, até o final da noite de ontem estava na Delegacia.
Embora tenha afirmado para a família que foi forçada a entrar num carro no domingo, a estudante aparece em vídeo de segurança de um ônibus acompanhada de um homem. “Ela está muito assustada e traumatizada. Temos certeza de que ela foi coagida, mas não sabemos se chegou a ser agredida, mas pelo visto foi abusada. Parece que o suspeito, que não conhecemos, estava aliciando ela pelo aplicativo WhatsApp. A mãe a levou para fazer exame de corpo de delito. Ela chora muito. Embora seja grande, é ingênua”, contou o primo da menina, de 32 anos, técnico em eletricidade.
A estudante desapareceu depois de levar uma bolsa com mantimentos até a casa de uma vizinha. Assim que sumiu, familiares e amigos começaram uma intensa campanha na internet em busca de informações que levassem ao paradeiro dela.
Ainda segundo o primo, houve confusão sobre as circunstâncias do desaparecimento da menina quando o WhatsApp do celular que estava com a garota começou a exibir, no status, a frase ‘Você é ridículo, mas eu te amo’. “Ela estava com o celular da mãe e a mudança no status do aplicativo nos chamou atenção. Causou estranheza porque ela nunca deu sinal de estar namorando alguém”, lembrou o primo. A garota ainda será submetida a exame de corpo de delito.
Diálogo é o melhor remédio
O desaparecimento da estudante, que em menos de um dia foi encontrada em Maricá, chamou atenção de psicólogos. Especialista em psicologia infantil, Luana Flores, lembrou que após o caso ser esclarecido pela polícia, a família da menina precisa ‘blindá-la’ e orientá-la. “Conversar é melhor caminho. Se ela usava algum aplicativo na Internet, os pais precisam aumentar o controle. Com esta idade, uma criança, caso seja coagida, pode mentir por medo”, explicou a psicóloga.
O desfecho da história da menina de Maricá foi comemorado até por outras mães, que tiveram filhos raptados e ainda não encontrados. Mãe de Luciane Torres, que desapareceu há 6 anos, em Nova Iguaçu, na Baixada, a comerciante Luciene Torres, 53 anos , se emocionou. “É como se fosse minha filha. Me encheu de esperança de um dia encontrá-la”, contou.