Por felipe.martins

Rio - A ação de criminosos na tarde de terça-feira em um prédio na Rua Aristides Espínola, no Leblon, alertou porteiros, síndicos e moradores para a necessidade de uma abordagem padrão de funcionários a visitantes desconhecidos aliado a um funcionamento pleno dos sistemas de segurança. Três imóveis foram invadidos e moradores foram feitos reféns após criminosos se passarem por entregadores e renderem o porteiro.

Em obra, a entrada de pedestres do edifício nº 11, que fica a poucos metros do prédio do ex-governador Sérgio Cabral, serviu como um item facilitador para os suspeitos, já que o porteiro eletrônico e câmeras de segurança não estavam funcionando. Um dos bandidos disse que tinha uma entrega para o porteiro, que precisou abrir o portão da garagem para receber os sacos.

Policiais saem do prédio onde bando bem vestido e usando luvas fez arrastão na noite de terça-feiraAlexandre Brum / Agência O Dia

Mas, além da tecnologia, especialistas lembram que funcionários devem ser treinados. Medidas como cadastro atualizado de moradores e visitantes, atenção na movimentação do lado de fora do prédio, comunicação contínua entre funcionários e contato direto com moradores a cada entrega são sugestões a serem adotadas.

Cursos ministrados nos batalhões da Polícia Militar do Rio também ensinam a adoção de medidas de segurança nas portarias. “O golpe do delivery é recorrente. O porteiro eletrônico seria essencial nesse caso para ele fazer a confirmação de entrega. Isso é coisa de gente que estudou as falhas, sabia que as câmeras de vigilância não estavam funcionando”, enfatizou a presidente do Sindicato das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança do Rio de Janeiro (Siese-RJ), Denise Mury.

“No Rio as pessoas só lamentam depois que algo assim acontece. Hoje existe uma gama de sistemas inteligentes que impedem a aproximação de estranhos às residências”, acrescentou Denise Mury.

Informação sobre moradores

Com estratégia e informações sobre a moradores, os bandidos fugiram com dinheiro, joias e quatro laptops. Em depoimento, vítimas dos três apartamentos roubados contaram que o bando a todo momento falava em malotes de dinheiro. Criminosos que chegaram a agredir as vítimas usavam roupas de grife, luvas, óculos escuros e toucas ninja. Bandidos reviraram os imóveis 302, 401 e 402 . Em um dos apartamentos, encontraram R$ 7 mil. Segundo testemunhas, outros R$ 30 mil também teriam sido levados, fato ainda não confirmado pela polícia.

As vítimas foram levadas para a casa do porteiro. Três moradores tiveram os nomes citados pelos assaltantes. Um adolescente, morador da cobertura, escapou porque a empregada, rendida no elevador, disse que os patrões estavam viajando. O zelador, rendido com o porteiro, relatou que os bandidos agiram por duas horas e meia sem despertar a desconfiança da vizinhança.

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