Rio - O Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar vai ocupar por tempo indeterminado o Complexo da Pedreira a partir deste sábado. A Corporação estima que sejam necessários 400 homens para atuar na região. A ocupação foi anunciada pelo coordenador de Inteligência da PM, coronel Antônio Goulart, em coletiva realizada nesta tarde na Cidade da Polícia, sobre a operação que culminou na morte do traficante Celso Pinheiro Pimenta, conhecido como Playboy, nesta manhã, na comunidade. Ele chegou a disparar contra policiais com uma pistola quando foi localizado em uma casa na região.
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Durante a coletiva — que contou ainda com os delegados da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado da PF e o coordenador da Core, Fabrício Pereira —, o coronel disse que havia informações de que o criminoso estaria planejando a invasão ao Complexo da Maré.
"A ocupação é de forma preventiva, para de alguma maneira minimizar os riscos para a comunidade. E, se possível, com mais informações, aumentar o resultado de prisões e apreensões no local", declarou Antônio Goulart, que ainda comentou o medo da população, muitas vezes pressionada a agir sob o comando de criminosos.
"Por mais que a PM se faça presente, garante e converse com comerciantes, é uma decisão do comércio. O comerciante, muitas vezes se sentindo inseguro no dia seguinte acha que pode sofrer retaliação e cumpre ordens do crime. Por mais que a PM faça, não consegue evitar", disse o coronel.
A operação que resultou na morte do bandido foi uma parceria entre a Polícia Federal, a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil e a Coordenadoria de Inteligência da Polícia Militar. O Disque-Denúncia oferecia uma recompensa de R$ 50 mil por informações sobre o paradeiro de Playboy.
Sobre a informação de que Playboy invadiria a Maré, Goulart afirmou que o traficante estava fazendo acordo com Edmílson Ferreira dos Santos, o Sassá, para ocupar o conjunto de favelas, que está sob o comando do Terceiro Comando. "Eles repartiriam a área da seguinte forma: da Linha Amarela até o Parque União ficaria com o Comando Vermelho. E da Linha Amarela até o Conjunto Esperança com a ADA", afirmou.
Para o delegado Harry Taveira, da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil (Core), a morte de Playboy enfraquece a atuação das quadrilhas lideradas pelo criminoso, que também era responsável por assaltos na região da Pavuna. Ele ainda lembrou o perfil do traficante: "Playboy tinha perfil extremamente violento, muitas vezes tentou tomar territórios de outras facções. E, além disso, e de ser lider, era responsável pela maior quadrilha de assaltantes na área da Pavuna. A saída de Playboy do cenário causa, em princípio, um baque na atuação dessa facção, quanto em relação aos assaltos às cargas".
Ação contou com 80 homens
Cerca de 80 policiais e um helicóptero participaram da ação. Houve confronto, mas ainda não há informações de outros suspeitos feridos. O traficante foi baleado no abdômen e socorrido ainda com vida, sendo levado para o Hospital Federal de Bonsucesso. De acordo com assessoria do hospital, o blindado que transportava Playboy chegou por volta das 13h30 na unidade, mas o traficante já chegou morto ao local. O corpo seguiu para o Instituto Médico Legal (IML).
No Morro da Pedreira, há intensa movimentação de viaturas do 41º BPM (Irajá). O clima é tenso na região. Playboy era um dos últimos membros da quadrilha de Pedro Machado Lomba Neto, o Pedro Dom, conhecido por invadir residências para praticar assaltos. Pedro Dom foi morto na Lagoa, em 2005, em ação da polícia.