Por paulo.gomes

Rio - O governador Luiz Fernando Pezão afirmou nesta sexta-feira, durante a inauguração da nova Avenida do Contorno, em Niterói, na Região Metropolitana, que é contra a legalização das drogas. Ele não acredita que isso seja uma saída para evitar as mortes geradas pelo tráfico, como a do engenheiro Floriano Fernandes Barbosa Filho, de 49 anos, vítima de bala perdida em Quintino, na Zona Norte. Para ele, o Rio não está preparado para discutir o tema e adiantou que países que optaram pela liberação do consumo estão voltando atrás nas decisões.

"Não acredito agora ainda, eu tenho visto, acompanhado, leio muito, estudo muito, e tenho visto alguns países que liberaram maconha recuando. Estudando hoje, a própria Holanda tem muita gente defendendo o recuo, que as pessoas partiram para drogas mais pesadas. Alguns locais estão discutindo muito essa liberação e acho que a gente ainda não está preparado', defendeu Pezão, para quem a cultura do crime e das drogas foi instalada há 40 anos nas comunidades pobres do Rio, o que promove as guerras e dificulta as ações do Estado.

Pezão afirmou que países como a Holanda estão revendo a política de legalização das drogasBruno de Lima / Agência O Dia

Para o governador, estes são alguns dos fatores contrários à liberação do uso das drogas no Rio. “Não sou favorável nesse momento à liberação.”

Pezão culpou o consumo de drogas pela violência da cidade. O governador avaliou que, enquanto existir usuários de drogas e gente armada no tráfico, haverá a violência gerada pelas disputas do controle das bocas de fumo e a guerra do estado no combate aos grupos de traficantes, que, segundo ele, é a única saída para enfrentar o crime organizado.

“O governo (está) trabalhando com a polícia presente, com a polícia enfrentando a marginalidade. Infelizmente, enquanto houver consumidor de drogas e tiver as pessoas entrando com armamento, vai ter essa guerra. Enquanto houver consumo, as pessoas procurando, se viciando, vai ter a guerra pelo tráfico”, pontuou o governador, que destacou ainda os valores movimentados no comércio das drogas.

“A boca de fumo dá muito dinheiro. Você vai a uma boca de fumo da Rocinha (favela da Gávea) dá R$ 2 milhões por semana. Não é trivial ter R$ 100 milhões no faturamento sem recolher imposto, sem nada, dentro da Zona Sul do Rio de Janeiro”, afirmou.

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