Por marlos.mendes
Rio - Um ‘sinal positivo’. Assim a Anistia Internacional classificou a decisão do Ministério Público do Estado do Rio de denunciar por homicídio um policial militar da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Complexo do Alemão pela morte do menino Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, vítima de um tiro de fuzil na cabeça no dia 2 de abril durante uma operação policial na comunidade.
A ONG internacional divulgou na quarta-feira um comunicado que dizia: "é um sinal positivo do compromisso do órgão com seu papel de controle externo da atividade policial”.
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Um inquérito da Delegacia de Homicídios tinha concluído que o PM deveria ser inocentado. O MP, no entanto, denunciou o militar Rafael de Freitas Rodrigues por homicídio.

De acordo com diretor executivo da Anistia Internacional Brasil, Atila Roque, ‘a apuração da morte de Eduardo pode se tornar um divisor de águas na luta contra impunidade e é uma ação importante do MP em seu relevante papel de controle externo da atividade policial, especialmente quando falamos de uma polícia que matou mais de mil pessoas entre 2014 e 2015, em supostos confrontos”.

O comandante geral da PM, coronel Alberto Pinheiro Neto disse que o MP é o dono da ação penal e que vai aguardar os próximos passos na Justiça. “Não posso fazer juízo de valor. Houve divergência entre o MP e a delegacia", afirmou.

Durante uma coletiva na Barra da Tijuca, o advogado de quatro policiais que participaram da ocorrência que terminou com a morte de Eduardo contestou a decisão do Ministério Público. “Indiciaram um PM e nem sabem quem fez os disparos”, reclamou o advogado Manuel Azevedo.