Rio - Os corpos de quatro dos cinco jovens fuzilados por policiais militares no Complexo da Pedreira, em Costa Barros, Zona Norte da cidade, serão enterrados, na tarde desta segunda-feira, no Cemitério de Irajá. Os enterros estão marcados para às 16h. No entanto, ainda não há informações sobre o sepultamento de Carlos Eduardo da Silva de Souza, 16 anos.
Carlos Eduardo, Roberto de Souza Penha, 16, os irmãos Wesley Castro, de 25, e Wilton Esteves Domingos Junior, de 20; Cleiton Corrêa de Souza, de 18, morreram dentro de um carro quando saíam da comunidade da Lagartixa para fazer um lanche por volta de 1h, na Estrada João Paulo.
Pai de Roberto Penha, Jorge Roberto Lima da Penha disse que ele e os responsáveis legais pelos outros quatro jovens entrarão com uma ação coletiva contra o Estado do Rio. "Claro que vamos entrar com uma ação coletiva. Ela não vai trazer eles de volta, mas temos que fazer Justiça. Cadê as armas dos garotos? Eles não estavam armados. Quero a indenização por danos morais e materiais", afirmou, emocionado.
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Feliz com o primeiro salário, Roberto saiu com os amigos para comemorar, na noite do último sábado. Foram ao shopping, onde ele comprou um telefone celular, ao Parque Madureira e depois voltaram para casa. Mas, o jovem não teve tempo de usar o aparelho. Poucas horas depois, ele, os amigos acabaram sendo assassinados. O carro onde estavam pertencia a Wilton.
Parentes e amigos acusam quatro policiais militares do 41º BPM (Irajá) pelas mortes. Eles foram presos em flagrante e vão responder por homicídio e fraude processual - quando há alteração da cena do crime. Os policiais acusados registraram o caso como auto de resistência, quando há morte em confronto com a polícia.
A Polícia Militar abriu inquérito para apurar as circunstâncias do fato. Os policiais prestaram depoimento no domingo na 39ª DP (Pavuna) e tiveram as armas apreendidas. Eles foram acompanhados por policiais da 2º Delegacia de Polícia Judiciária Militar. Thiago Resende Viana Barbosa, Marcio Darcy Alves dos Santos, Antonio Carlos Gonçalves Filho vão responder por homicídio doloso e fraude processual. O policial Fabio Pizza Oliveira da Silva é acusado apenas de fraude processual.