Zika vai passar longe dos Jogos Olímpicos, prevê organização
Comitê da Rio 2016 descarta surto. Dilma promete prioridade no combate a vírus
Por gabriela.mattos
Rio - O Comitê Olímpico Internacional (COI) conta com o clima ameno do inverno carioca para uma desaceleração do surto de zika vírus durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. De acordo com o diretor de Serviços Médicos do Comitê Rio 2016, João Grangeiro, a incidência do Aedes aegypti diminui no período seco e baixa drasticamente até junho. Com isso, a transmissão do vírus pelo mosquito não será mais uma preocupação durante as competições, que ocorrem em julho e agosto. “Os vetores que transmitem a doença caem muito (no inverno) e a transmissão estará minimizada”, destacou.
Um dia após a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretar emergência internacional de saúde pública para casos de microcefalia associada ao zika vírus, representantes da organização do evento informaram que o COI está orientando os comitês olímpicos nacionais sobre métodos de prevenção ao Aedes aegypti, incluindo o uso de roupas longas e repelentes. “Os apartamentos da Vila Olímpica terão aparelhos de ar condicionado. Por isso é importante manter as janelas fechadas”, disse Grangeiro.
Também ontem a presidente Dilma Rousseff assegurou que dará prioridade ao combate ao Aedes aegypti. “Não faltarão recursos”, garantiu.
Durante conferência em Genebra, a OMS anunciou um plano internacional para identificar casos de microcefalia. Para isso, quer uma padronização do tamanho da circunferência da cabeça de bebêsno diagnóstico da anomalia. Entre as medidas também está a criação de 30 centros de monitoramento em países, incluindo o Brasil. Serão aplicados inicialmente R$ 120 milhões.
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Dos 3.670 casos suspeitos de microcefalia (76,7% das 4.783 notificações), 404 já tiveram confirmação. Destes, 17 têm relação com o vírus zika. No Rio, segundo o Ministério da Saúde, são 196 casos suspeitos, sendo 10 descartados e dois, confirmados. De 1º a 30 de janeiro foram 6.467 casos suspeitos de dengue no estado — e nenhum óbito —, contra 2.586 no mesmo período de 2015, informou a Secretaria estadual de Saúde.
Energia nuclear pode ser testada
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A Organização Internacional de Energia Atômica (OIEA) quer incluir o Brasil nos testes com radiação nuclear para eliminar o mosquito que transmite o vírus zika. Segundo a agência da ONU, os testes já realizados na Itália e China tiveram até 80% de sucesso.
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, e a secretária de Saúde dos EUA, Sylvia Burbell, reafirmaram o compromisso no combate ao Aedes aegypti e na fabricação de uma vacina para a dengue, que também pode ser eficaz para o zika. Ficou acertada uma reunião presencial dia 20, no Brasil. O laboratório francês Sanofi Pasteur anunciou que também está em busca de uma vacina contra o zika vírus.