Rio -
Nossa vida é, o tempo todo, marcada por símbolos, já percebeu? Muitas vezes, basta um único elemento para comportar em si mesmo uma série de significados, facilmente compreendidos pela sociedade. Um coração remete ao amor. Uma bola remete ao futebol. O monumento ao Cristo Redentor remete ao Rio de Janeiro...
Neste mês de julho, nossa Arquidiocese está celebrando a experiência maravilhosa dos dias de Jornada Mundial da Juventude, há um ano, quando o Papa Francisco esteve no Rio, junto com rapazes e moças de todas as nações. No dia 26, durante o belíssimo momento da Via Sacra, na Praia de Copacabana, o Santo Padre falou sobre o principal símbolo do cristianismo que, ao longo de dois anos, de uma forma especial, esteve em solo brasileiro sendo tocado pelos jovens: a cruz. E o que ele disse foi algo maravilhoso: “Ninguém pode tocar a Cruz de Jesus sem deixar algo de si mesmo nela e sem trazer algo da Cruz de Jesus para sua própria vida.”
Ora, certamente 99,9% de nós já tocamos numa cruz, pelo menos uma vez na vida, não é verdade? Tocamos só por tocar, ou fomos movidos pela fé? Se nossa espiritualidade foi a mola propulsora para esse ato, então não é possível que nada tenha mudado dentro de nós! Porque a cruz de Jesus permeia a nossa vida para nos lembrar de que, no Monte Calvário, ela protagonizou o maior ato de amor da história da humanidade, quando o Senhor, livremente, morreu no madeiro para nos salvar.
Esse gesto de entrega, que também, de certa maneira, é uma demonstração de coragem, nos dá a certeza de que, assim como Jesus venceu a morte, as situações difíceis da nossa vida também serão vencidas. Foi o que destacou o Papa, na ocasião:
“Na Cruz de Cristo está o sofrimento, o pecado do homem, o nosso também, e Ele acolhe tudo com seus braços abertos, carrega nas suas costas as nossas cruzes e nos diz: Coragem! Você não está sozinho a levá-la! Eu a levo com você. Eu venci a morte e vim para lhe dar esperança, dar-lhe vida.” Então, pergunte-se: “O que de mim eu entreguei na cruz de Jesus?” Foram suas dores e sofrimentos? Seus sonhos e projetos? As pessoas que você ama?
E o que, da cruz de Jesus, ficou em você? A certeza inabalável do amor de Deus? A esperança com relação às vitórias que você almeja? A certeza dessa partilha de significados, que brota do toque na cruz redentora, pode transformar a nossa vida, pela fé!
Eu preciso sempre recordar o amor de Deus por mim e fazer memória de que a minha vida eu entreguei a Cristo, na cruz, que é sinal de vitória. Por isso, traço sobre o meu corpo esse sinal bendito, pelo menos ao me levantar e me deitar... Não posso me envergonhar nunca do sinal da minha fé!
Ao contrário: quero que a consciência desse amor divino permeie cada vez mais o meu existir, pois foi na cruz que Jesus conquistou vida nova para mim! Nada de solidão ou derrota! Está vivo em mim aquele que é vitorioso! E você, crê nesse símbolo glorioso de vitória? Deseja que a sua vida seja permeada por esse amor divino? ‘Tamu junto’!