Por thiago.antunes
Rio - No Brasil, a tendência do colunista é escrever sobre coisas sérias e nem sempre agradáveis, tais os desatinos dos responsáveis pela condução do país, em todas as suas instâncias.
Uma boa pergunta, que anda circulando pela internet, é: por que a empreiteira Odebrecht, que delatou Deus e o mundo, não lembrou de alguma derrapada do pessoal do Judiciário? Será que são todos inimputáveis?
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Mas, na virada do ano, dá vontade de falar de coisas mais leves, que nada tenham a ver com o momento político e econômico. Por exemplo, o mundo das artes. Antes, é bom responder à pergunta: “Afinal, para que serve a arte?”
Ao longo da história, desde a Antiguidade até hoje, ela serviu para contar uma história, mostrar os ambientes dos homens primitivos (como é o caso das pinturas rupestres em cavernas), rememorar acontecimentos importantes ou despertar sentimento religioso.
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Hoje, a abrangência do conceito de arte é imenso, livre, uma espécie de vale-tudo, e quando se visita uma exposição, como a Bienal de São Paulo 2016, fica-se perdido ao tentar entender as instalações, vídeos e performances, onde as telas pintadas não existem mais.
Na última versão dessa exposição, uma das atrações era o vídeo que mostrava um pescador acariciando contra o peito um peixe em seus estertores finais. Difícil descobrir o senso estético de uma cena como essa, que alguns críticos de arte acharam importante. 
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Ao encarar uma obra de arte, é preciso saber se você gostou ou não gostou dela, sem necessidade de entender do que se trata, sendo importante a emoção que ela desperta em você.
Para mostrar que a simplicidade conta muito numa obra de arte, e que o senso de humor faz parte do trabalho do artista, veja a foto do catálogo de Julio Villani, 60 anos, nascido na cidade de Marília (SP).
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A obra do Villani, embora muito original, tem influência de alguns artistas, como o catalão Juan Miró.
A foto que ilustra esta matéria é de uma escultura divertida dele, com senso estético, a partir de materiais baratos e disponíveis a qualquer um, à qual denominou, por qualquer razão, de ‘Clarice Lispector’, nome de importante escritora brasileira. E se a escultura mexeu de alguma maneira com a sua sensibilidade, então é arte!
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Roberto Muylaert é editor e jornalista