Rio - O senador Cristovam Buarque, que foi reitor da UNB e governador de Brasília, com passagem respeitada no Ministério da Educação, é um político de muito boa referência, tendo se destacado em meio a esta crise que se arrasta há anos pela coerência e independência. O noticiário costuma dar mais espaço aos Jucás, Renans, Gleisis e outros lamentáveis personagens, e não ao núcleo de parlamentares que honram o mandato que receberam.
No entanto, não é apenas o representante de Brasília que merece referência. No mesmo Senado, estão figuras que são dignas do respeito do povo brasileiro. Entre estes, Ronaldo Caiado, de Goiás; Antonio Anastasia, de Minas; Ana Amélia, do Rio Grande do Sul; Agripino Maia, do Rio Grande do Norte, e Magno Malta, do Espírito Santo.
Logo, esta campanha para não se reeleger ninguém peca pela injustiça para com os bons. A rejeição aos políticos não pode nem deve ser generalizada. A democracia é aquela plantinha que deve ser bem cuidada. E posturas radicais não são democráticas.
Parlamentares do PSDB, por exemplo, estão assumindo postura elogiável ao se distanciar do governo, defendendo a entrega de cargos. E, em paralelo, reiteram apoio às reformas que não são do presidente Temer, mas de todos os brasileiros responsáveis. Mesmo entre os menos elogiáveis, existe a sensibilidade que os impede de ir ao encontro da opinião pública e assumir posições que ferem a ética e a moral. Por isso, projetos de blindagem de políticos não devem prosperar, embora a vigilância deva ser grande por parte da sociedade.
É provável que, com as novas revelações que devem de surgir com a reabertura dos poderes, muita coisa mude no país. Provas materiais já são dispensadas diante de evidências, cuja negação é quase que um deboche para com a sociedade.
A responsabilidade do Judiciário, onde também existe um núcleo ético, é enorme. O país não aceita mais preciosismos jurídicos para garantir a impunidade de faltosos. Apenas o uso de tornozeleiras, prisão domiciliar, multas e outros meios que não necessariamente o confinamento em penitenciárias podem ser tolerados, pela idade de alguns e mesmo o tipo de delito não ser de violência.