Rio -Neste momento em que o país passa por uma crise não só econômica e política, mas principalmente ética, é imprescindível que as escolas criem alternativas para trabalhar esse tema em sala de aula. Combater a corrupção em suas diversas formas deve ser uma obrigação e um hábito de toda a sociedade, sendo a escola uma das primeiras vivências de cidadania.
Corrupção não é só desvio de dinheiro, mas todas as situações que envolvem a conquista de benefícios por meio de atos desonestos. É preciso traduzir isso para o cotidiano das crianças, para que a conduta íntegra não seja apenas um compromisso da vida adulta.
As Escolas Sesi do estado adotaram um jogo de tabuleiro como um canal interativo para engajar nesse debate mais de 6.400 alunos do Ensino Fundamental ao Médio: jovens que formarão a próxima geração de profissionais, empreendedores e políticos.
Os estudantes respondem a perguntas sobre como se comportam ao encontrar algo perdido, receber um troco errado, dar uma festa com som alto, presenciar um racha no trânsito ou ver um amigo sofrer bullying. A partir de situações do universo juvenil, os alunos refletem sobre a ética e se dão conta de que estão sujeitos a desrespeitar a Legislação, na medida em que entendem a Lei do Silêncio, de Trânsito ou o Programa de Combate à Intimidação Sistemática.
A ação nas Escolas Sesi faz parte de uma iniciativa mais abrangente, o Programa de Integridade, que envolve o Sistema Firjan e suas instituições (Sesi, Senai, Cirj e IEL), tendo como base a manutenção do compromisso da ética em todas as atividades da organização, incluindo iniciativas que extrapolam as paredes internas, como workshops com empresários e treinamentos com fornecedores.
Acreditamos que essa crise profunda vai marcar uma virada de página. A corrupção traz prejuízos irreparáveis. Além de corroer em série os padrões éticos dos cidadãos e promover desigualdade, a corrupção aumenta a incerteza dos agentes econômicos, dificulta o acesso aos mercados internacionais de crédito, abala a confiança no governo e desestabiliza a economia, provocando fechamento de empresas e de postos de trabalho. Por isso é preciso resgatar o compromisso com a ética. Rápido e desde cedo.
Luana Pagani é coordenadora do Comitê Executivo de Integridade do Sistema Firjan