Por thiago.antunes

Rio - A sociedade anda intolerante, preconceituosa, rancorosa e sem observar o cenário nacional e os tempos que vivemos. Falta a luz do bom senso para entender que cada momento é um e que cada personagem tem o seu. Devemos procurar agir de acordo com o possível e não pela via das paixões ou das 'verdades' de cada um.

Anda faltando humildade por tudo quanto é lado. A começar pelo comportamento lamentável de ocupantes de altos cargos, dominados por vaidades, ambições, mesquinharias, preconceitos; sem compromisso com a verdade, a paz, o interesse nacional. Ninguém quer abrir mão de suas verdades, mesmo diante de fatos inquestionáveis. Entre os envolvidos em toda sorte de suspeições, raros são os casos dos que se curvam à realidade e procuram uma maneira de sair de cena.

Como os muitos que optaram pela delação sinceramente, como parece ser o caso de Palocci, que assume suas culpas e espera poder, no mais breve tempo, viver longe da política e dos políticos. Errou, reconheceu e quer encontrar a paz nos anos de vida que lhe restam. Depois de pagar pelos erros, é claro.

O presidente Temer está visivelmente abatido, vivendo uma tensão perigosa para sua idade, quando poderia antecipar as eleições e se reconciliar com o país que lhe deu a oportunidade de entrar bem para a história. Realizado, sem precisar de mais nada da vida que não o respeito de seus contemporâneos e um legado positivo à família, Temer mostra ser capaz de tudo para ficar mais uns meses no cargo que ocupa sem a confiança do país. Cumpre um excelente programa de governo, mas perdeu a condição de aprovar as reformas urgentes, dominado por ações políticas pouco republicanas. Valerá a pena esta resistência inglória?

Já o ex-presidente Lula insiste em proclamar inocência, brigando com os fatos, os relatos, as evidências e, de certa maneira, debochando da opinião pública e levando ao ridículo seguidores cegos pela paixão. Melhor faria se fizesse um acordo que lhe garantisse uma punição, afastado da política, para se dedicar à família e aos poucos amigos que parece possuir. Não tem nenhuma chance de obter um mandato majoritário.

Os demais denunciados na operação que está chegando a seu fim devem responder pelos erros cometidos, com o Judiciário se dedicando a não servir de instrumento para a impunidade nem protelando julgamentos para garantir a impunidade. Tudo poderá ser feito, dentro da lei e da Justiça, decidindo com celeridade todos os processos oriundos das diferentes operações da Polícia Federal, manifestações do Ministério Público e sentenças prolatadas na 1ª Instância. O Brasil tem pressa de virar a página. Com serenidade e credibilidade.

Aristóteles Drummond é jornalista

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