Por thiago.antunes
Rio - O fim de ano está chegando e com ele o momento de fazer a matrícula escolar, que traz, além de uma preocupação natural dos pais, algumas reflexões acerca da escola adequada para os filhos, seja ela pública ou particular. Trata-se de uma escolha de grande impacto na vida de toda a família, por isso, alguns aspectos devem ser considerados.
Destacamos, por exemplo, a qualificação docente. Bom ensino requer bons professores. É preciso que a instituição realize frequentemente trabalhos formativos que possam atualizar as práticas dos professores às demandas da atualidade. Da mesma forma, a metodologia e os conteúdos precisam estar conectados com os interesses dos alunos. Há muito tempo, ensinar apenas as disciplinas tradicionais não é suficiente para formar estudantes com base sólida para o ingresso no Ensino Superior. O ensino de habilidades fora do currículo comum tornou-se essencial.
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Como já escrevi aqui, estudo feito pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico mostrou que 65% das crianças e adolescentes que frequentam hoje as escolas seguirão carreiras ainda inexistentes, exercendo atividades que desconhecemos.
O ensino que tem sucesso é o que acompanha as mudanças da contemporaneidade e as modificações nas relações entre ensino e saber. Que produz conhecimento aliado ao interesse.
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Outra questão que deve ser considerada é a infraestrutura, envolvendo espaço físico, salas de aula interativas, bibliotecas, laboratórios, áreas para a prática esportiva, acessibilidade e o apoio das tecnologias digitais.
Ademais, um elemento que não pode faltar é o acolhimento. Cuidar do educando e de sua família é um predicado inegociável em qualquer instituição educacional. Traz o afeto para o campo das relações interpessoais. Decerto, o amor e o prazer de aprender e de ensinar estabelecem a intimidade entre os saberes de ensinantes e aprendentes, que somados ajudam a formar os valores dos atores da escola. Educar não consiste apenas em passar conhecimento acadêmico, porque a vida é demasiadamente afetiva para ser deixada fora dos currículos.
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Eu gosto de comparar a escola com uma árvore, que abriga e ensina aos passantes à sua sombra. Sustenta os que se aconchegam e fazem seus ninhos, e como um pássaro prepara ali uma nova geração para voar.
Eugênio Cunha é professor e jornalista