VEREADOR - divulgação
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Por professor

O desfile das escolas campeãs, esta madrugada, marcou o fim do Carnaval carioca. Neste momento de guardar as fantasias e voltar à vida normal, deixo aqui minha singela contribuição para a retirada de algumas máscaras que resistem sobre fatos tão importantes.

Enquanto alguns blocos criticavam o prefeito, sugerindo que 'melava' o Carnaval em nome da sua religião, quem olhava em volta podia ver mais de 10 mil guardas municipais, agentes da CET-Rio, garis e médicos da prefeitura dando apoio a esses mesmos eventos. Isso sem contar que, mesmo no auge da crise, o Rio aportou recursos no Carnaval sempre família da Intendente Magalhães, R$ 19,5 milhões às escolas de samba do grupo especial, e mais R$ 10,5 milhões para todas as demais de outros grupos. Foi do prefeito também a decisão de leiloar seu camarote e doar integralmente os R$ 300 mil arrecadados para as escolas mirins. O total investido pela prefeitura, contando infraestrutura e pessoal, ultrapassou os R$ 80 milhões.

Alguns enredos de blocos extrapolaram a crítica política e adentraram os meandros da intolerância religiosa, alimentados pelo preconceito. É de Nietzsche, meu autor preferido, a máxima que diz que se você olha muito tempo para o abismo, o abismo olha de volta para dentro de você. Os discursos de ódio, travestidos de sátira, e da mistura de política com religião vieram justamente de quem mais os criticava.

A redução de dinheiro público para as escolas de samba, apoiada pela maioria dos cariocas, não representou apenas menos recursos nas mãos de alguns bicheiros, mas também nas da velha política. A Mangueira, por exemplo, que tanto criticou o prefeito neste Carnaval, é presidida por um deputado cujas pretensões fisiológicas, traduzidas pela sede insaciável por cargos e espaço político, não foram atendidas pelo governo Crivella, ao contrário do que ocorreu amplamente em gestões anteriores.

E, por fim, e a mais importante verdade que o Carnaval revelou: o fato de o prefeito não ter tocado na chave da cidade, na cerimônia de transferência ao Rei Momo, é um gesto simples, mas esconde uma interpretação muito valiosa. Sim, o prefeito tem sua religião e seus valores. E, sim, Marcelo Crivella, mesmo sob forte pressão da mídia e de redes sociais, não cedeu nas suas convicções. Acima de tudo, não negociou seus princípios. Não se desviou do que acredita. Governantes passados que sambavam na Sapucaí hoje estão presos ou sendo processados por terem saqueado nossos cofres públicos. É de homens públicos com valores morais inegociáveis que precisamos neste momento em que vemos o país ruindo frente à corrupção. Sob a máscara de Crivella está lá para quem quiser ver... o próprio rosto de Crivella.

 

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