Wilson Witzel 
Juiz federal - Divulgação
Wilson Witzel Juiz federalDivulgação
Por Wilson Witzel Juiz federal

Rio - O Rio de Janeiro vive um dos momentos mais difíceis da sua história. Abandonados pelos governantes, estamos rodeados de insegurança e mergulhados num caos econômico, político e social.

A população está cansada de anos e anos de falsas promessas e de tanta corrupção que levou à falência do estado e se materializa no dia a dia das pessoas pela face mais cruel da omissão pública: a violência urbana. Nesse contexto, ainda falta dinheiro para pagar a servidores, e o desemprego atinge quase um milhão de pessoas, o maior número do país.

Essa mesma falta de comando do governo estadual colocou o Rio sob uma inédita intervenção federal. Nesse momento, a colaboração das Forças Armadas é necessária e bem-vinda, mas ações temporárias não bastam. Sozinhas, são apenas remédios paliativos contra o câncer que atinge o nosso estado, nunca a cura para o grande mal que nos destrói há anos.

Qualquer ação concentrada na Segurança Pública precisa vir acompanhada, no mínimo, de uma força-tarefa que, além das forças policiais, envolva juízes estaduais e federais, Ministério Público estadual e federal, delegados, a Defensoria Pública e a Procuradoria do estado. Uma espécie de 'Lava Jato da Segurança'. É essencial integrar todas essas pontas e formatar uma estrutura verdadeira de inteligência policial para atuar agora e sempre, asfixiando os chefões do crime organizado, que certamente não estão nos morros.

O Rio de Janeiro precisa ser arrumado. Arrumar esse estado é reorganizá-lo em todos os seus níveis. E olhar para a (in)segurança pública é um começo importante. Não apenas durante alguns meses, mas com um planejamento consistente e de longo prazo. Os problemas do estado devem ser enfrentados com urgência e estratégia, mas sem que se deixe de planejar um Rio do futuro. Um estado para as próximas gerações, e não apenas para as próximas eleições.

Wilson Witzel é juiz federal

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