O desânimo causado pela crise persiste. Alguns falam em retomada, mas ainda há falta de trabalho para cerca de 26,4 milhões de brasileiros de acordo com o levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Esse dado se refere às pessoas que poderiam trabalhar mas não conseguem uma oportunidade e também àquelas que exercem uma atividade menos de 40 horas semanais. Sem falar que 468,5 mil servidores públicos do Rio de Janeiro estão com salários atrasados, completando, assim, um cenário crítico.
Embora na atualidade a palavra mais pronunciada ainda seja "crise", explicitando o sentimento coletivo de desânimo que predomina em todos os ambientes, a reflexão que devemos fazer é se é possível transformar a dificuldade em oportunidade, ou seja, popularmente falando, fazer do limão uma limonada.
Na década de 90, o país também vivia uma crise, sendo um período conturbado com o Pré-Plano Real. Na ocasião, ouvi de um saudoso e experiente cliente a seguinte frase: "Meu filho, na crise há quem chore, mas há quem venda lenços". Em seguida me indagou: "De que lado você quer estar?" Nunca me esqueci deste ensinamento.
Para quem opta em ficar do lado "de quem quer vender lenços", a crise passa a ser uma oportunidade. Não é fácil, como nada na vida, mas, certamente, com essa visão a tendência é abandonarmos a zona de conforto, aguçando a nossa criatividade e capacidade de inovar. Na dificuldade aprendemos a fazer diferente e pensar fora da caixa.
No atual contexto do Brasil e do estado, resolvi arregaçar as mangas e investir em algo novo para o meu negócio, desenvolvendo com a minha equipe uma plataforma que oferece consultoria em gestão financeira aos clientes e melhoria dos processos internos dos escritórios contábeis. Uma forma não só de organizar o dia a dia das empresas como também de tornar mais ágil o trabalho do contador, dando-lhe a possibilidade de aumentar sua receita.
Cito esse exemplo para mostrar que é possível, pois quando me dei conta demos início a uma nova frente e, apesar da falta de perspectivas, percebemos que é preciso ousar, atravessando esse momento sem medo e, principalmente, sem comodidade.
É preciso se reinventar e traçar novos rumos, ficando atento à forma com a qual você olhará o caminho.
