Rio - Com a proximidade das eleições, um sentimento aflora no peito dos brasileiros: o País e o Estado do Rio de Janeiro precisam urgentemente varrer a velha política instalada nos governos federal e estadual, em especial no já não maravilhoso Rio de Janeiro. Precisamos de alternativas que resgatem o conceito de "estadista", alguém que governe além de conchavos políticos. O Rio paga a conta deixada pelos atos criminosos do grupo político instalado há dez anos. Não se tem Saúde nem Educação e o que temos na área de Segurança ocorre às custas do sangue de policiais. E não há como fomentar a economia se as políticas públicas estão falidas e comerciantes e empresários disputam espaço com o crime organizado.
Os futuros candidatos precisarão apresentar clara e objetivamente como pretendem salvar o Estado. Discursos carismáticos não pagam o servidor em dia nem atraem investimentos. Desperdiçamos a nossa vocação turística por causa do trânsito caótico, violência extrema e hospitais sem recursos humanos e materiais. Empresas deixam o Estado. Nesse caos, o governo criou um esdrúxulo "Decreto de Calamidade Pública na economia" para legitimar o que, em tese, tangenciaria crime de responsabilidade.
Desde que bem usados, os royalties do petróleo e do gás do pré-sal poderão mover a economia do Rio no mínimo pelos próximos 20 anos. Na Educação, reabertura de escolas e turmas, autonomia financeira para as universidades, fomento à pesquisa e realização de concurso público para docentes seriam medidas elementares. Na Saúde, o reaparelhamento de hospitais, licitações transparentes, a abertura de novos leitos e melhores condições de trabalho para o pessoal da área.
Por fim, mas não menos importante, a Segurança Pública, que os estados já mostraram não ter condições de gerir. A intervenção federal comprova o fracasso do modelo dos governos Cabral e Pezão. É prioritário deixar que os dirigentes das corporações planejem as ações sem intromissões políticas. E não se faz Segurança sem investimento. Estabelecer verbas carimbadas para o setor seria uma prova de compromisso com a população. Ou, numa medida mais estrutural, federalizar a área, permitindo ações coordenadas e a integração de sistemas de inteligência, pois, como dizem os especialistas, os fuzis escorrem por nossas fronteiras.
São muitos desafios e poucos recursos. Diante desse quadro, o Rio clama por um governante com o perfil de um verdadeiro estadista.
Marcelo Queiroz é advogado e professor universitário