Eduardo Millem  - Divulgação
Eduardo Millem Divulgação
Por Eduardo Millen Presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia - RJ

Rio - Nos últimos anos, o câncer de mama se consolidou como um problema de saúde pública no Brasil. No Rio de Janeiro o quadro é desanimador. Mas tanto aqui quanto em qualquer outro ponto do país são vários os motivos que levam a esse cenário nebuloso, cujo saldo são mais de 13 mil mortes por ano. A falta de informação e de acesso das mulheres à prevenção e ao tratamento somado à falta de capacitação dos agentes de saúde são alguns dos gargalos que, se resolvidos, podem fazer a diferença entre a vida e a morte da mulher diagnosticada com a doença.

Na medida em que a desinformação atinge não só a população, mas também os profissionais de saúde da atenção básica, como os agentes comunitários, enfermeiros e até médicos, o sinal de alerta é aceso, sendo imprescindíveis medidas na direção de disseminar conhecimento e mudar procedimentos. Afinal, são eles que estão na ponto do processo, no atendimento primário do Sistema Único de Saúde (SUS).

Uma iniciativa recente na Região Serrana do Rio, através de um programa de capacitação para esses profissionais, apresentou resultados animadores. Em cinco meses (de maio a outubro de 2017), o projeto piloto, em Petrópolis, treinou 550 pessoas e identificou um aumento de 25% no número de consultas e 41% em cirurgias em relação ao mesmo período do ano anterior.

Os resultados mostraram que ao aprimorar o fluxo de pacientes, agilizando o diagnóstico e o tratamento em fases iniciais da doença, o programa de capacitação em longo prazo pode possibilitar a redução dos altos índices de mortalidade. Medidas simples, como treinamento para uma melhor disseminação de informações básicas de como e onde conseguirem consulta de um mastologista, por exemplo, fez e pode fazer ainda mais a diferença, principalmente diante da estimativa do estado e município do Rio, respectivamente, terem 8.050 e 4.010 novos casos em 2018.

Enfim, essa e outras iniciativas são primordiais para em médio e longo prazo oferecermos melhores condições para as mulheres se prevenirem. Da mesma forma, caminharemos para diminuir mutilações, devido ao alto índice de mulheres diagnosticadas no estágio avançado da doença. Informação e capacitação são determinantes para toda a população e, certamente pode salvar vidas.

Eduardo Millen é presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia - RJ

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