Aristóteles Drummond, colunista do DIA - Divulgação
Aristóteles Drummond, colunista do DIADivulgação
Por O Dia

Rio - Assunto do momento entre historiadores e interessados na história contemporânea é o livro do jornalista David Talbot, 'Irmãos - A história oculta dos Kennedy'. Nele, há indicações de que a execução do ex-presidente foi questão interna americana, e não resultado de implicações internacionais, como se chegou a noticiar, dando Fidel Castro como mentor do crime. O livro revela, inclusive, que o irmão Robert e a viúva Jaqueline entregaram uma carta pessoal ao embaixador da então URSS, dirigida a Nikita Kruschev, afirmando que a família não considerava especulações que pudessem levar ao envolvimento da espionagem soviética no crime.

Em relação aos cubanos, as suspeitas maiores vieram justamente da oposição a Fidel, que se considerava traída com a falta de apoio dos EUA na frustrada operação da Baia dos Porcos, e da linha dura militar, que queria o bombardeamento e invasão da ilha de Fidel.

Ao visitarmos a História mais longe, constatamos que levou mais de um século para se confirmar que Napoleão foi lentamente assassinado, com arsênico, na Ilha de Santa Helena, pelos carcereiros ingleses. O que foi comprovado com exames de laboratório nos cabelos do Imperador.

No Brasil recente mesmo, sobre a morte marcante na história republicana de Getúlio Vargas, chegou-se a especular como tendo sido consumada, dentro do Catete, por pessoas próximas interessadas no fim do Inquérito do Galeão, que apurava a morte do major Rubens Vaz. E, realmente, o desaparecimento de Vargas colocou uma pedra naquela e em outras investigações. Nenhuma é claro, envolvendo o estadista que nos governou por quase 20 anos, eleito indiretamente, prorrogado com apoio dos militares e, finalmente, eleito pelo voto popular.

Agora mesmo, bem recentemente, o assassinato de Celso Daniel, prefeito de São Bernardo pelo PT, com testemunhas e envolvidos mortos de maneira estranha e seguida, é cercada de suspeitas levantadas pelo irmão da vítima. Segundo este, a morte teria sido tramada pela cúpula do PT. E dinheiro para silenciar denúncias na imprensa local sobre o assunto chegou a passar por depoimentos da Operação Lava-Jato.

A morte de PC Farias, personagem central do impedimento do presidente Fernando Collor, é outro mistério. Não se fala do assunto. O irmão foi retirado de cena e os filhos do homem de um bilhão de dólares, como o próprio teria se autointitulado, levam vida modesta, em Maceió.

A Polícia do Rio e a Federal estão empenhadas em chegar aos autores e mandantes da execução da vereadora carioca. É importante, inclusive, para desestimular esta prática, infelizmente, ainda muito comum no interior do Brasil.

Aristóteles Drummond é jornalista

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