Por Geraldo GonçalvesPresidente do Sinditrigo RJ e ES

Rio - O panorama dos preços do trigo, influenciado por uma série de fatores, deverá sofrer abalos, no que concerne os preços futuros, segundo a previsão do Sindicato das Indústrias de Trigo dos Estados do Rio de Janeiro e Espirito Santo - Sinditrigo.

Os problemas climáticos, que afetaram negativamente a produção nacional de trigo desta safra 17/18, com uma forte perda de 40% na produção em comparação com a safra 16/17 e ainda com prejuízo na qualidade, começam a se fazer sentir agora, com a falta de disponibilidade de trigo, fazendo com que os moinhos brasileiros aumentem as importações.

A Argentina, nosso principal fornecedor, está sem disponibilidade para atender a total demanda dos moinhos brasileiros. Junta-se a isso a consequência da Argentina ter perdido, nos três últimos meses, mais de 20 milhões de toneladas, entre soja e milho, em consequência da pior seca dos últimos 40 anos, fato que acabou impactando nos preços.

Com esse cenário, o Brasil deverá, já no inicio do segundo semestre, completar seu abastecimento no Hemisfério Norte (Estados Unidos e Canada), pelo menos até dezembro, início da colheita da nova safra na Argentina.

A reação desses fatores foi um significativo aumento no preço do trigo na Argentina, que estava oferecido em Janeiro/18 a US$ 175 por tonelada e hoje está a US$ 250, aumento de 42%. Esse aumento será acompanhado pelo escasso trigo nacional em termos de evolução de preço.

O enorme aumento custo das tarifas de energia elétrica, em nossos estados - que registram o mais elevado preço do Brasil -, correspondendo ao dobro daquele praticado em Minas Gerais e São Paulo - é outro fator que interfere fortemente na fixação do preço do trigo na região. O reajuste médio para os consumidores industriais será em média de 19,94%, segundo o Portal G1.

O elevada cotação da moeda americana, que vem ocorrendo ultimamente, com alta acumulada de 10,97%, sem previsão de baixa no período, é mais um fator que irá concorrer para o aumento do preço final do produto.

Geraldo Gonçalves é presidente do Sinditrigo RJ e ES

Você pode gostar
Comentários