Roberto Muylaert, colunista do DIA - Divulgação
Roberto Muylaert, colunista do DIADivulgação
Por Roberto Muylaert Jornalista e editor

Rio - Trazer empregos de volta era um falso dilema nos EUA quando Trump foi eleito. Assim mesmo, com a redução do Imposto de Renda para empresas de 35% para 15%, o presidente deu um enorme incentivo para o aumento de investimentos e para o retorno de instalações que tinham mudado para outros países. O desemprego acabou.

Reforma da infraestrutura do país, outra promessa de Trump, ainda não caminhou, porque os orçamentos vão para a casa dos trilhões de dólares. Destruição do Estado Islâmico, meta atingida, mais pela Rússia e pela Síria do que pelos EUA.

Reforço no armamento militar, ideia permanente de Trump, que envia porta-aviões para qualquer lugar do mundo, sem pensar em quanto custa.

Ampliação do uso de armas, chegando a propor que os professores das escolas americanas fossem armados à sala de aula para enfrentar os terroristas. Sua fidelidade total ao NRA (National Rifle Association) é proporcional às doações que recebeu na campanha dessa belicosa associação.

Apoio total e incondicional a Israel, tendo transferido a embaixada dos EUA para Jerusalém, o que bota mais lenha na fogueira do Oriente Médio, ao contrário dos outros presidentes americanos, sempre preocupados em conseguir um acordo entre árabes e judeus.

Há uma questão que não está escrita em nenhum plano de governo, mas que transparece claramente: o desejo de Donald Trump de ver sangue correndo pelo planeta. Sua atitude sempre intempestiva e raivosa, e o ódio que faz transparecer, como Hitler, é sinal de que seu estopim curto pode ser o de uma bomba nuclear.

A impressão que ele passa é que, até o final de seu governo, vai querer criar uma confusão brava, envolvendo os principais países rivais. E para quem detém poder sobre um armamento de tal magnitude, ele pode fazer uma besteira das grandes.

Enquanto Trump marca encontro com Kim Jong-un em Cingapura, para tratar da desnuclearização da península coreana, entra em conflito com o Irã, que estava cumprindo todos os quesitos do acordo com EUA e países europeus.

Apesar da simpatia que demonstra pelo ditador da Coreia do Norte, Trump está por trás do humilhante aviso enviado pelo governo americano, de que "não temos intenção de tirar Kim Jong-un do poder".

Nunca um presidente americano demitiu tantos auxiliares de primeira linha como Trump, em tão pouco tempo. Se ele tem esse desprezo por seus auxiliares mais próximos - assim como Hitler assassinava colaboradores -, imagine pelos países que para ele são inimigos, como Rússia, China, Irã, Cuba, etc.

Talvez Trump não tenha idéia clara de suas intenções de deflagrar uma guerra. Mas para sua biografia cheia de violência contra mulheres, homens, instituições e países, nada ficaria melhor do que completá-la com uma guerra envolvendo diversos países.

Seria o epílogo de um governo que, assim como o de Hitler, anunciou todas as maldades que iria fazer. E fez.

Roberto Muylaert é jornalista e editor

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