Tomaz Solberg - Divulgação
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Por Tomaz Solberg Engenheiro e mediador de conflitos

Rio - No Brasil, cerca de 80 milhões de processos aguardam decisão judicial e levam, em média, oito a nove anos para serem julgados, segundo dados do último relatório do Conselho Nacional de Justiça (2017, ano base 2016). E desse total de processos depende R$ 196,3 bilhões, recursos estes que constam nos balanços de 2017 do Banco do Brasil (BB) e da Caixa Econômica Federal (CEF) como depósitos judiciais, ou seja, cerca de R$ 200 bilhões aguardam decisões da Justiça para serem liberados e usados por seus devidos proprietários: cerca de R$ 43 bilhões.

Em março de 2016, com a publicação do novo Código de Processo Civil (CPC), o Judiciário disponibilizou uma ferramenta moderna, capaz de facilitar o acesso a esse dinheiro de forma mais rápida e eficiente: a mediação de conflitos, instrumento no qual as disputas judiciais, assim como outras questões controversas, podem ser resolvidas em semanas e até mesmo em dias.

Sem dúvida, o novo CPC - que completou dois anos no dia 18 de março - deu um passo importante na história do Judiciário Brasileiro, colocando como política de Estado a solução consensual por meio da mediação e da conciliação. Porém, de nada adianta ter meios mais eficientes de solução de conflitos se a sociedade civil e as empresas não souberem se apropriar e fazer bom uso deles. O Brasil ainda vive a velha cultura do litígio, diferente de países como os Estados Unidos, de boa parte da Europa e da Argentina, como representante da América do Sul, onde a mediação de conflitos é bastante utilizada.

A mediação nada mais é que uma nova rodada de negociaç&ot8/458x280/1_taina_de_paula-15720515.jpg">

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