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Por Renan Ferreirinha Fundador do movimento Acredito e do Mapa Educação

Rio - O Brasil é cheio de superlativos. Somos o quinto maior país do mundo em área territorial, ocupando cerca de 47% do território sul-americano, e o sexto em população, com mais de 200 milhões de habitantes.

Mesmo após a derrota nas quartas de final para a Bélgica, ainda somos e continuaremos sendo o maior campeão da história do futebol, com cinco títulos, em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002.

Infelizmente, no entanto, o outro extremo também existe, e muito. Somos pentacampeões em competições que ninguém gostaria nem de participar. Segundo estudo da ONU (Organização das Nações Unidas), por exemplo, o país está entre os cinco países mais desiguais do mundo, e ocupa a mesma posição em uma lista de 84 países no ranking de violência contra a mulher. Além disso, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) apontou a mesma posição no quesito de violência contra crianças e adolescentes.

Vale citar ainda dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), que apontaram que o país ocupa o quinto lugar no mundo em mortes no trânsito, a quinta maior taxa de feminicídio, e o quinto lugar no ranking mundial de depressão.

Já a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) mostra que o Brasil é o quinto lugar mais arriscado do mundo para jornalistas.

Para encerrar a lista de 'campeonatos' que ninguém gostaria de participar, estamos entre os que mais sofrem ataques cibernéticos no planeta e um dos maiores emissores de gases de efeito estufa.

Está na hora de invertermos esses números. O brasileiro quer ser campeão em assuntos que realmente valham a pena. Queremos sim ser os campeões na Copa mais uma vez. Infelizmente isso não foi possível agora. Então, vamos aproveitar esses quatro anos que temos antes do próximo Mundial para evoluir em assuntos que realmente devemos ser campeões.

Como exemplo, por que não podemos trabalhar neste período para ocupar o quinto lugar de maiores e mais seguros destinos turísticos mundiais? Ou o sexto lugar entre os países mais ricos do planeta e com mais igualdade social? E o top cinco no ranking de melhor Educação e Saúde Pública?

Esses são apenas alguns exemplos de competições nas quais é preciso investir. Podemos, para citar algumas referências, usar nosso conhecimento e liderança no agronegócio ou na produção e exportação de aeronaves comerciais de médio porte como espelhos de excelência para inúmeros outros setores e, com isso, impulsionar o nosso país.

Ou ainda usar o fato de termos uma das maiores áreas totais cobertas por florestas, cerca de 56% de nosso território, para uma exploração de recursos totalmente sustentável e sem desmatamento.

Vamos ganhar pontos em rankings positivos. O Brasil não desistiu de ser hexa, apenas adiou o seu sonho. Mas tem alguns sonhos que não podem mais ser adiados. O Brasil quer ser campeão.

Renan Ferreirinha é fundador do movimento Acredito e do Mapa Educação

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