Vicente Brison - Divulgação / MSF
Vicente BrisonDivulgação / MSF
Por Vicente Brison Recrutador do MSF Brasil

Rio - Médicos Sem Fronteiras (MSF) é uma organização reconhecida mundialmente. Temos muito orgulho do respeito que conquistamos graças aos cuidados que dispensamos a todas as pessoas que assistimos desde nossa fundação, há mais de quatro décadas. Entretanto, a despeito de nos conhecerem, pouco se sabe sobre a vasta gama de profissionais que, além dos médicos, integram a organização.

Em uma conversa informal sobre empregos, uma pergunta recorrente feita a qualquer colaborador de MSF é: "mas você é médico?" Para parte de nossos colegas, a resposta é afirmativa, mas para outros tantos o "não, não sou médico" é o complemento usual. A mesma questão é levantada com frequência em eventos nos quais palestramos, evidenciando que temos um longo caminho a percorrer para desmistificar como trabalhamos em campo.

MSF recruta profissionais de três grandes grupos: médicos, paramédicos e não-médicos. O primeiro grupo corresponde à imagem mais comum da organização. São clínicos gerais, cirurgiões, ginecologistas, pediatras, anestesistas, epidemiologistas e infectologistas.

Os perfis paramédicos incluem psicólogos, psiquiatras, enfermeiros, obstetrizes, farmacêuticos, promotores de saúde, responsáveis por laboratório. Por fim, o grupo de não-médicos reúne coordenadores financeiros e de RH, logísticos e logísticos de suprimentos e especialistas em água e saneamento.

Os perfis paramédicos e não-médicos representam parcela significativa dos profissionais brasileiros na organização. O bom trabalho desempenhado pelos brasileiros, como logísticos de suprimentos altamente competentes (acostumados às grandes distâncias e à complexidade dos caminhos que tem de ser trilhados no Brasil) e psicólogos capacitados pela vivência no Sistema Único de Saúde (SUS) e em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), não passa despercebido em nossas operações no mundo todo.

É importante falar também dos requisitos para trabalhar em MSF. Cada posição tem exigências específicas (que podem ser conferidas em nosso site), mas outras são universais. Primeiramente, uma posição no campo nunca será a primeira experiência profissional de alguém, pois deve ser preenchida por profissionais experientes, com atributos de gestão e autonomia. Portanto, o candidato tem de ter concluído algum curso superior e possuir ao menos dois anos de experiência na sua área de especialização.

Outra exigência é a fluência em inglês ou francês, que são as línguas oficiais da organização e permitem a comunicação com outros profissionais e pacientes. Frisamos que o trabalho em MSF não é voluntário: os profissionais são contratados, com salário e benefícios, e pedimos deles comprometimento com nosso propósito.

É claro que todo candidato deve refletir sobre as implicações do trabalho humanitário com MSF: disponibilizar ao menos seis meses contínuos para dedicar-se aos projetos, pesar os impactos na vida pessoal e profissional durante a ausência, as condições físicas e mentais para desempenhar a função em ambientes potencialmente estressantes e longe de casa, entre outros.

Porém, a despeito disso, reforçamos que MSF proporciona um ambiente diverso e plural, com lugar tanto para o jovem que ainda constrói sua carreira quanto para o profissional maduro, ou ainda o aposentado que gostaria de compartilhar sua energia e conhecimento conosco.

Vicente Brison é recrutador do MSF Brasil

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