Alexandre Mello - Divulgação
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Por O Dia

Rio - Muito embora afete todos os setores, a crise financeira do Estado do Rio de Janeiro anda lado a lado com a grave crise da Previdência. Servidores e população sofrem seus efeitos perversos sem entenderem bem causas e consequências.

Depois de uma eternidade, os governos federal e estadual gestaram o chamado 'Plano de Recuperação Fiscal', que, como o nome deixa entender, visaria a pôr em ordem as despesas e receitas do estado. Porém, será que de fato o tal plano está arrumando a casa? Infelizmente não. Em realidade, ele está é servindo de desculpas para todo e qualquer desarranjo nas áreas fundamentais do estado: Saúde, Educação e até mesmo a prioritária Segurança.

O Rio de Janeiro tem buscado sempre acomodações, em vez de soluções efetivas. A população vê o governo com desconfiança. E é o descrédito que põe em xeque o acréscimo do percentual da contribuição previdenciária de 11 para 14%. Se os servidores acreditassem que essa majoração garantiria suas futuras aposentadorias, a resistência seria bem menor.

Mas quem acredita nisso? Há até quem diga que o estado não vem, nos últimos anos, depositando a sua parte da obrigação. Por isso tudo, é mais fácil encontrar quem garanta que, daqui a três anos, virão com outra conversa mole para aumentar a contribuição de 14 para 17. Ou será 18? Quem sabe 25?

Na Previdência, questões elementares não se resolvem. Uma caixa preta. Nem Tribunal de Contas, nem auditoria da Secretaria de Fazenda, nem Ministério Público apresentam definições. E o pior: nem mesmo os balanços do Rio Previdência são auditados, pois a diretoria da autarquia não fornece dados suficientes para os auditores independentes.

Antes se dizia que a única saída era o Galeão. Nisso melhoramos: hoje temos saídas adicionais no Santos Dumont, na rodoviária Novo Rio etc.

Alexandre Mello é vice-presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais do RJ

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