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Por Ricardo Cravo Albin Presidente do Instituto Cravo Albin

Quando se diz que o Brasil não é para principiante, diz-se que certos desatinos só prosperam por aqui, em nosso país insensato. O fero cronista carioca Sergio Porto coletou pena, através de seu alterego Stanislaw Ponte Preta, uma sequência de fatos bizarros, todos eles enfeixados dentro do Festival de Besteiras que Assolam o País, o hoje antológico Febeapá. Que passou a ser o arrazoado mais severo das asneiras e dos abusos perpetrados por administradores e políticos, além dos produzidos pelos imbecis habituais que participam da vida social no cotidiano.

Pois bem, acabo de saber de absurdo quase surreal, uma pérola que faria o Lalau exultar. O Parque Nacional da Tijuca, administrador de toda área que dá acesso ao Cristo Redentor do Corcovado, comete o desatino de tentar impedir os padres de rezar no santuário do mais famoso cartão postal do Brasil.

Os funcionários do Parque, ligados ao Ministério do Meio Ambiente, parecem não entender que a Igreja Católica, através da Arquidiocese do Rio, desde sempre titularizou - e dignificou - todo o conjunto eclesiástico a circundar a estátua, inclusive a pequena e grácil igrejinha alojada aos pés do Cristo. Administrada, aliás, pelo querido Padre Omar, também cantor, além de eclesiástico notabilizado pelos sentimentos de comiseração e de solidariedade para com os mais necessitados. A tal ponto que o dia da Padroeira do Brasil foi celebrado, lá no alto, pelas escolas de samba mirins do Rio de Janeiro, crianças carentes, todas elas a impregnar o samba com a força da fé. Vivi ali recentemente, devo dizer, os momentos mais emocionantes em vida tão alongada.

As arengas do órgão público com a Arquidiocese parecem, ao que sei, ter começado quando um café da manhã foi programado para pequeno grupo de turistas ver o dia nascer, e rezar junto à famosa representação do Cristo, um ícone mundial. O promotor do evento, o Hotel Copacabana Palace, acabaria sendo multado em R$ 60 mil por adentrar o parque sem permissão, embora esta já tivesse sido concedida pela Arquidiocese. Portanto, a leitura justa é a seguinte: "burocracia, revestida por sólida burrice, impede o turismo, a beleza e... a fé.".

A última agressão do Parque Nacional foi a mais intolerável. Quando desafiou o sempre respeitado Arcebispo do Rio, Cardeal Dom Orani Tempesta, ousando impedi-lo de realizar um pequeno evento matutino. Que felizmente acabou por acontecer. Mas sem a autorização dos burocratas. Um incômodo muito grave, entendo eu, para o arcebispo do Rio.

Este cronista protesta contra o Parque Nacional da Tijuca. E solicita ao Ministério do Meio Ambiente urgentíssimas desculpas ao Padre Omar Raposo e, é claro, ao eminente Pastor do Rio, Dom Orani João Tempesta.

 

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