Marcus Vinicius Dias - Divulgação
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Por Marcus Vinicius Dias Ortopedista do Min. da Saúde e vice-Presidente do Inst. Vital Brazil

Rio - Em 2017 o Ministério da Saúde divulgou que pela primeira vez, desde 2010, o número de cesarianas não cresceu no Brasil. Tal fato tem tanta relevância como indicador de qualidade em saúde que a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), em seus relatórios anuais sobre a saúde de países membros, elenca este como um dos critérios analisados.

Igualmente importantes são os dados referentes à Ortopedia e ao Trauma Ortopédico. No relatório de 2015, a OCDE chama a atenção para os avanços no tratamento cirúrgico das artroses, em especial das artroplastias, que são as cirurgias de substituição articular por próteses.

Com o envelhecimento da população, uma maior demanda por este tipo de cirurgia ocorre em todo o mundo, de modo que um aumento progressivo destes procedimentos não só é esperado, mas desejado em uma sociedade com boas práticas em Saúde.

No quadril, Suíça, Alemanha e Áustria lideram em números de cirurgias de artroplastia por 100 mil habitantes; no joelho, Estados Unidos, Áustria e Finlândia despontam. Desde 2000, nos países membros da OCDE, houve um aumento de 35% de artroplastias de quadril e de 100% de joelho, em média.

No Trauma Ortopédico, o grande 'marcador' de qualidade global da Saúde fica a cargo do tempo de espera por uma cirurgia para o tratamento das fraturas no quadril do idoso. O mesmo aumento da expectativa de vida que promove a artrose também propicia um aumento da osteoporose que, em última análise, eleva o número de fraturas na porção superior do fêmur a partir dos 60 anos.

De modo geral, uma cirurgia mais rápida, nestes casos, maximiza os resultados e minimiza as complicações. Em 80% dos países da OCDE a cirurgia é realizada em até dois dias após a internação; na Finlândia chega a 95%, sendo 45% em países ibéricos.

Recentemente o Brasil pediu adesão à OCDE, não obtendo êxito. Que o marco histórico alcançado pela obstetrícia brasileira nos sirva a todos como um incentivo. E que os indicadores de desenvolvimento social da Ortopedia e da Traumatologia analisados sejam também perseguidos por nós. Não só no sistema público, mas também no privado.

Marcus Vinicius Dias é ortopedista do Ministério da Saúde e vice-Presidente do Instituto Vital Brazil

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