Rio - Somos um em bilhões no planeta Terra. Um em milhões de brasileiros. Contados como unidade. Não ultrapassamos a equação de: um é igual a um. Nossos atos definidos por uma pessoa. A história de toda uma vida é de uma vida.
Apenas um, mas não nos cumprimos como ilha, principalmente, após o advento da internet. De forma singular, a possibilidade de termos conexão com alguém a 10 mil km de distância e que interferirá no nosso dia-a-dia; ou mesmo com quem estava a poucos metros, porém não passávamos de um "bom dia", é definitivo e real. O virtual ao definir o curso das horas tornou-se real.
No universo real e na realidade que o virtual proporciona, podemos estender nossa capacidade de unidade.
A soma dos afetos sinceros, as amizades, os mais caros, os momentos inesquecíveis são a primeira adição à nossa humilde condição unitária.
Na iminência de novas eleições, vale lembrar que o nosso voto vale um, o voto de quem fez opção política contrária também vale um. O da pessoa mais querida e o da menos querida. O pleito é disputa de "uns".
No entanto, um fenômeno antigo que foi reforçado nos últimos meses o da "união faz a força" tem se mostrado constante nas redes sociais da internet. Embora polarizados na ideologia, quando definimos um alcance maior, o holofote, a vitrine a propagar uma ideia; a internet, ainda que propague absurdos, também tem se mostrado o meio eficiente para a mensagem, vide grupo de mulheres com milhões de seguidoras e uma proposta bem clara.
Quando nos unimos e passamos a preconizar o coletivo, aumentamos nossa representatividade. Como se na matemática fizéssemos uma conta em projeção geométrica a transcender as leis da física de espaço, tempo. No momento em que nos servimos da internet e de sua instantaneidade e ultrapassamos fronteiras geográficas, nos somamos.
Acredito, no entanto, que mais que aumentar a visualização do nosso "eu" e de nossas opções com essa união, é estarmos certos de que representa oferta para o bem coletivo. Que nossas escolhas não sirvam a vilão disfarçado de moço de bem, e que o pensamento esteja voltado à inclusão social.
Somos apenas um, nem mais, nem menos que ninguém.
Ana Cecília Romeu é publicitária e escritora
