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Por Monica Portella Especialista em Psicologia Social e Cognitiva

Rio - O cenário atual o brasileiro já sabe de cor (inflação, alta de preços, salários baixos, etc). Esses fatores podem afetar não apenas o bolso, mas o bem-estar da população, cada vez mais estressada e ansiosa. Como lidar com as pressões do dia a dia?

Primeiramente, é preciso entender que o estresse é uma reação fisiológica, que mexe com o sistema nervoso central, e acontece quando estamos diante de situações de mudança, perigo ou em que não nos sentimos confortáveis. É uma resposta do nosso corpo, que se prepara para reagir a uma luta: as pupilas dilatam, o sangue vai para os músculos, ficamos preparados para lutar ou fugir.

O problema é que as situações de estresse hoje não envolvem mais campos de batalha. Podem ser pressões no trabalho, problemas de relacionamento, doença na família, preparação para concurso, vestibular, etc. Causas que não requerem embate, mas com as quais temos que aprender a conviver.

As mudanças do mundo atual são tão fortes que exigem uma adaptação permanente. Como a frequência das mudanças é muito rápida, o indivíduo é obrigado a mudar o tempo todo, o que gera muito estresse.

O estresse pode desencadear doenças que o organismo está programado geneticamente para desenvolver, como hipertensão, diabetes etc.

Além das situações externas, o estresse pode ser acarretado por fatores internos. O próprio pensamento é capaz de criar uma situação adversa. Se você se concentra em ideias negativas, pode adoecer sem nem ter passado por nada, de fato. Mudar a maneira de pensar, portanto, se torna fundamental para a saúde mental.

Existem várias estratégias para lidar com o estresse, ajudando a administrar o mesmo, como por exemplo: relaxamento e respiração, identificação e manejo de fontes internas e externas do estresse, lidar com pensamentos e crenças relacionadas ao estresse e equilibrar as diferentes áreas da vida: saúde, afetiva, ocupacional et.c.

Outro ponto importante é a resiliência associada a uma visão mais otimista. A condição de ser resiliente é apontada como a que mais distingue a pessoa entre tantas outras e que mais favorece as chances de sucesso, principalmente em tempos atuais, por ser um forte indicador de eficácia de uma pessoa diante dos problemas cotidianos.

Uma pessoa mais otimista e resiliente está dotada de mais recursos para aumentar sua eficiência no confronto com as adversidades, como, por exemplo, a aceitação positiva da mudança e a capacidade de adaptação a novos cenários.

Enfim é a atitude mental que faz a diferença, assim como também a reinterpretação da situação, a aceitação, e os mecanismos de enfrentamento. Pessoas resilientes, em face da adversidade (crise de qualquer tipo), são capazes de seguir em frente, adaptando-se, buscando soluções, superando e, até mesmo, crescendo com a experiência.

Monica Portella é especialista em Psicologia Social e Cognitiva

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