Mattioli - Divulgação
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Por Alexandre Mattioli Gerente de Prod. de Ed. Básica e Ensino Superior da Pearson

Rio - No ano passado, três das mais respeitadas instituições de educação, pesquisa e inovação do mundo se uniram para tentar descobrir quais seriam as profissões da próxima geração. Unindo um time de especialistas e um sistema de inteligência artificial, a Pearson, a Universidade de Oxford e a Nesta analisaram o impacto que tendências globais como o avanço tecnológico e a urbanização crescente terão sobre o mercado de trabalho até 2030. O resultado - um dos estudos mais detalhados e profundos sobre o amanhã da empregabilidade já divulgados - confirmou uma crença que eu já carregava comigo há muito tempo: o professor é, e sempre será, o profissional do futuro.

Vamos aos dados: a pesquisa descobriu que apenas 10% dos trabalhadores de hoje estão em ocupações que tendem a aumentar sua demanda por pessoas nos próximos anos. Dentro dessa minoria de ocupações, estão aquelas ligadas à educação - a demanda por professores, especificamente, tem pelo menos 70% de chance de crescer.

A explicação para isso é muito simples: é o professor que vai preparar as pessoas para que eles aumentem suas chances de empregabilidade num futuro em que 70% também é a proporção de profissionais para os quais há um alto nível de incerteza sobre como será a demanda.

Mas, se não sabemos ao certo quais ocupações perdurarão e quais novas surgirão em um mercado de trabalho que se transforma rapidamente, como saberemos o que o professor deve ensinar para que os trabalhadores de amanhã encontrem espaço nesse mercado?

É possível que a resposta não esteja mais tanto no conteúdo - maior ênfase em exatas para quem quer fazer Engenharia ou em humanas para quem quer fazer Direito - e sim na formação atitudinal.

O estudo revelou que habilidades como originalidade, resolução de problemas complexos e julgamento para tomada de decisões serão essenciais para uma vida profissional bem-sucedida.

O professor do futuro é aquele que se afasta do papel de detentor único da informação na sala de aula e coloca o aluno na posição central, levando-o a desenvolver essas habilidades por meio de técnicas de aprendizagem ativa e colaborativa, estimulando escuta ativa e fazendo perguntas fomentadoras que os levem a construir o próprio conhecimento.

O problema é que as nossas faculdades ainda estão preparando professores para ofereceram a formação conteudista que funcionava bem no século passado, mas que está ficando defasada.

Não sabemos quais serão todas as profissões do futuro, mas sabemos quem são os profissionais que irão nos preparar para todas elas. É deles a responsabilidade de formar as próximas gerações para manterem o mundo girando.

Neste Mês do Professor, reflitamos sobre quão fundamentais são essas pessoas, e sobre como é vital que elas tenham acesso a formação de qualidade para que nos ensinem aquilo que precisamos aprender. Nosso futuro depende disso.

Alexandre Mattioli é gerente de Produção de Educação Básica e Ensino Superior da Pearson

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