Renata Bento - Divulgação
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Por O Dia

Renata Bento

Psicóloga, especialista em criança, adulto, adolescente e família. Psicanalista, membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro. Perita em Vara de Família e assistente técnica em processos judiciais. Filiada a IPA - Internacional Psychoanalytical Association, a FEPAL - Federación Psicoanalítica de América Latina e a FEBRAPSI - Federação Brasileira de Psicanálise

 

A escola exerce um papel fundamental na vida das crianças. Como sabemos o convívio social é essencial ao desenvolvimento humano. A família é o primeiro grupo social ao qual a criança pertence, em seguida vem a escola.

Com a entrada na escola, o campo relacional se amplia favorecendo o convívio e a interação entre os pares, o aprendizado da cooperação e o estabelecimento de vínculos afetivos.

Será na escola que a criança passará a se vincular a outras pessoas externas à sua convivência em casa e começará a estabelecer novas relações em um ambiente com regras e rotina diferentes da que estava habituado. Se antes a criança vivia somente no âmbito doméstico com os limites estabelecidos, agora passará a conviver com novas perspectivas que a ajudará em seu processo de desenvolvimento e autonomia, e isso tudo é muito positivo. Criar esses vínculos no ambiente escolar desde cedo ajudará no exercício da cooperação e no aprendizado social da criança que levará em sua bagagem psíquica experiências emocionais para vida adulta.

Inicialmente a função da família é a de fornecer o apoio psicológico necessário para que a criança inicie seu processo de individualidade e identidade e será na escola que essas capacidades irão se consolidar.

Cada criança tem um temperamento e uma forma de lidar com o mundo; identificar essas diferenças será ponto importante que irá contribuir na escolha de uma escola que possa atender algumas das expectativas dos pais, pois uma escolha onde essas características não são observadas poderá trazer dificuldades futuras.

A professora tem um papel central na vida da criança pois os pais entregam os filhos a uma instituição onde são recebidos por uma representante, neste caso a professora que será figura de suma importância na vida da criança, pois fica com a função de mediação entre a criança e a família e entre a criança e o conhecimento. É comum observar que quando essa relação não vai bem, seja da própria criança com o professor ou da família com o professor, a criança pode apresentar dificuldades. Do contrário, quando a relação com a professora é afetiva, a criança se sente mais segura no ambiente escolar, inclusive para contornar as dificuldades que possam surgir.

A entrada na escola marca o momento de separação da criança de seu núcleo familiar. Pensando nisso, quanto menor a criança maior deverá ser o vínculo da escola com os pais e vice-versa.

É importante ressaltar que quando a criança é muito pequena, será a escola que buscará um nível de adaptação maior à criança, ou seja, deverá estar preparada para lidar com as necessidades mais primitivas das crianças, como por exemplo o sono a tarde, a alimentação, o banho, entre outras. Mas, a medida em que a criança vai crescendo esse papel vai se modificando. Nesse caso, a criança que deverá se adaptar mais a escola do que a escola a ela, respeitando obviamente as características de adaptabilidade individuais a uma determinada instituição.

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