Regina Pinho - Marco Terranova
Regina PinhoMarco Terranova
Por O Dia

Rio - Na linda Lausanne, pesquisadores e pensadores de diversos países se reúnem para discutir tempos melhores. Para debater educação infantil. Reflito sobre nossas diferenças e sobre a honra de ser uma das representantes, na Suíça, de um vitorioso projeto brasileiro de educação inclusiva. Apresentamos, sob aplausos, como convidados especiais, no 5º Colóquio Internacional sobre Desigualdades Escolares, o Sesc+ Infância do Rio de Janeiro, o maior projeto do painel que discutiu as iniciativas para a infância. A síntese de nosso desafio permanente como instituição de bem estar social.

Aproveitando a nossa chance de dar certo como Nação, apontamos o caminho: nossas prioridades são nossas crianças, especialmente as desassistidas. No programa de educação integral, o Sesc RJ oferece atividades no contra turno escolar para crianças entre 6 e 12 anos em 9 unidades no estado. Madureira, Tijuca, Duque de Caxias, São João de Meriti, Nova Iguaçu, Niterói e Campos, além das unidades olímpicas do Parque Radical de Deodoro e Arena Carioca 3, são cenários para essa parceria. Um programa gratuito e dirigido a quem mais precisa: crianças de famílias com renda de até três salários mínimos, prioritariamente famílias de trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo.

O projeto Sesc + Infância teve início em 2017 nas unidades do Sesc. É nosso filho mais novo. Nós, que como instituição, fomos criados em 1946, na gênese da carta da Paz Social. Ele surgiu da necessidade de repensar o turno inverso a partir de atividades que fruíssem a educação integral. Decidimos, assim, proporcionar experiências que fossem além do cumprimento de exercícios ou que estivessem a serviço imediato de um currículo pré-estabelecido, reunindo crianças e adultos de forma efetiva, envolvendo famílias e possibilitando a expressão de desejos e saberes. A essência da infância.

Antes de virmos à Suíça, o projeto foi apresentado na última edição do Congresso Mundial sobre Infância, Adolescência e Juventude, em Monterrey, no México. Em razão da sua comprovada excelência nessa área, o Sesc RJ sediará a próxima edição do evento, que ocorrerá em outubro, em nossa unidade de Copacabana.

O conhecimento formal e acadêmico é essencial, mas não pode ser limitado àquelas horas de sala de aula. Nasceu aí a educação transformadora. A lógica que perseguimos e alcançamos porque, como lembrou o presidente da Fecomércio RJ, Antonio Florêncio de Queiroz Junior, não se combate violência com violência, se combate com educação. Nosso saudoso Darcy Ribeiro, lembra Queiroz, dizia que se não construirmos escolas, haverá um momento em que teremos que construir presídios. Vamos seguir pelo caminho das escolas.

Regina Pinho é diretora regional do Sesc RJ

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