Beatriz Acampora e Bianca Acampora - Divulgação
Beatriz Acampora e Bianca AcamporaDivulgação
Por O Dia
Rio - Dia 04 de junho é o Dia Internacional das Crianças Vítimas de Agressão e também é o dia da a aprovação da Lei da Palmada, que teve seu nome alterado para Lei Menino Bernardo.

A discussão sobre como educar os filhos sem bater gera discussões polêmicas. Muitos pais acreditam que uma palmada não faz mal nenhum e que impõe limites à criança.

De acordo com a Lei nº 13.010/ 2014 os responsáveis que agirem com violência contra a criança/adolescente estarão sujeitos às medidas legais. A lei considera castigo corporal - ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso da força física que resulte em dor ou lesão à criança ou adolescente. Tratamento cruel ou degradante: conduta que humilhe, ameace gravemente ou ridicularize a criança ou o adolescente.

A discussão divide opiniões: alguns especialistas acreditam que a palmada pode, eventualmente, ser uma ação para evitar que a criança tenha comportamentos de risco, como colocar o dedo na tomada e levar um choque. Outros ressaltam que a lei fala de dor física, que é difícil medi-la e, portanto de identificar em que situações deve ser aplicada.

Os índices de maus tratos e violência contra crianças e adolescentes são alarmantes, com mais de 34 mil denúncias de agressões a menores!

Muitos pais que usam a força física, para mostrar poder e direcionar um determinado comportamento se tornam reféns dos filhos, quando estes aprendem que a linguagem da violência e da agressão é aquela que trará algum resultado. Por isso, é comum ver crianças que batem, xingam e gritam dentro e fora de casa, pois aprenderam a se comportar assim.

Acredita-se que as crianças e adolescentes podem ter seus comportamentos melhorados pela mediação dos pais que se tornam facilitadores da aprendizagem, mediadores para a vida, cuidadores que promovem o crescimento e, acima de tudo, pessoas que estão dispostas a educar com amor. O reforço é uma estratégia que vem sendo útil e pode ser feito através de elogios, incentivo, palavras positivas, reconhecimento, apoio, dentre outros.

Se a criança/adolescente faz algo errado a palmada não é a melhor solução, ela pode gerar sentimentos controversos e, ao contrário da intenção de corrigir um erro, pode criar outro problema. Assim, é importante conversar, criar uma oportunidade de diálogo não agressivo, que não desqualifique a criança enquanto pessoa, mas a faça refletir sobre o seu comportamento. Se for necessário, combinar uma reparação do erro cometido que seja coerente com a idade da criança e que não implique em humilhação ou constrangimento.

Beatriz Acampora e Bianca Acampora são autoras do livro "Eduque sem bater”