O que caracteriza uma orquestra de excelência é sua capacidade de executar obras musicais combinando entrosamento, afinação e talento, tudo temperado com muita emoção. Cada integrante sabe seu papel como indivíduo e como parte do conjunto. É um verdadeiro trabalho em equipe!
Infelizmente, esse exemplo está muito distante da realidade da gestão em nosso país, tanto no setor público quanto na iniciativa privada. Salvo honrosas exceções, o que encontramos é um quadro marcado por características tais como sobreposição de tarefas e responsabilidades, áreas descobertas e/ou fechadas em si mesmas, incompreensão das pessoas sobre o papel que desempenham na engrenagem. Por que isso acontece?
Vamos listar quatro razões principais. A primeira e mais importante é a ausência de clareza quanto ao propósito da organização, ou seja, qual a razão de sua existência e o que ela se propõe a fazer.
A segunda é a falta de visão estratégica. É indispensável que se tenha clareza de onde se quer chegar e qual o futuro desejado. Parafraseando o Gato do livro “Alice no País das Maravilhas”, qualquer caminho serve quando não se sabe para onde ir.
A terceira é a falta de integração. É indispensável que seja criado, implantado e mantido o chamado espírito de equipe. Todo mundo jogando no mesmo time e remando no mesmo sentido para concretizar o propósito da organização.
A quarta é o exercício de liderança. É papel de líderes, em todos os níveis, trabalhar, diuturnamente, para que as equipes compreendam o propósito da organização, zelando pela sua implantação.
Alcançar esse estágio de excelência requer ações de quem ocupa função executiva em empresas ou tem mandato na gestão pública. Cabe a elas, como maestros, a responsabilidade de reger seus times de forma a integrar e emocionar, permitindo a entrega dos serviços e produtos esperados por sua audiência: os clientes ou o eleitorado. Do contrário, vão continuar desafinando.
Orlando Thomé Cordeiro é consultor em estratégia