Tarquinio Almeida - Divulgação
Tarquinio AlmeidaDivulgação
Por O Dia
Rio - O Rio de Janeiro ocupa posição de vanguarda e é pioneiro na implantação da Política de Gestão Sustentável de Resíduos Sólidos. A cidade foi a primeira no país a encerra os aterros e implantar um Centro de Tratamento de Resíduos CTR-Rio, em Seropédica, que reúne tecnologia de ponta, inédita na América Latina. Após a implantação do CTR–Rio, a Comlurb passou a buscar alternativas de tratamento e, principalmente de valorização dos resíduos, com foco na geração de composto orgânico, segregação e retorno dos recicláveis à cadeia produtiva, e mais recentemente na valorização energética. Nos últimos anos, a Companhia tem alcançado grandes resultados.

No final do ano passado, foi implantada no Ecoparque do Caju uma Unidade de Biometanização, a primeira da América Latina. Parceria com a empresa Methanum e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com recursos, a fundo perdido, do BNDES, a unidade foi projetada para tratar diariamente cerca de 50 toneladas da fração orgânica de resíduos sólidos urbanos por digestão anaeróbia. O lixo orgânico é transformado em biogás, que pode ser utilizado para a geração de energia ou como biocombustível, não poluente. A energia gerada atende às necessidades da própria unidade de Biometanização e, eventualmente, de outras unidades operacionais da Comlurb. O material processado também é transformado em composto orgânico para ser usado como condicionador de solos, em agricultura e reflorestamento.

O projeto abre caminho para a implantação de unidades de maior capacidade que permitirão redução expressiva de emissão de gases efeito estufa e de geração de chorume no CTR-Rio, prorrogando a vida útil do local.

Também no ano passado, em agosto, no Ecoparque do Caju recebeu do governo da cidade alemã de Colônia um conjunto de equipamentos para aproveitamento dos resíduos de poda realizada em toda a cidade pela Comlurb. O equipamento tem capacidade de processamento de 15 t/hora, fragmentando e peneirando os resíduos. A fração mais fina do material processado está sendo utilizado na produção de composto orgânico para ser aplicado no reflorestamento de áreas desmatadas e na agricultura, e a fração de maior granulometria está sendo usada como combustível para fornos de cerâmica, substituindo a lenha convencional.

Os troncos e galhos de árvores retirados de operações de poda e remoção de árvores também são transformados em bancos, mesas, pergolados, caminhos de bolacha e brinquedos do Rio Novo Olhar, programa coordenado pela Comlurb reunindo outros órgãos da Prefeitura e iniciativa privada na transformação de pontos degradados em áreas de lazer e revitalização de praças.

Outro grande avanço é a expansão da coleta seletiva, que atinge atualmente 115 dos 160 bairros da cidade. O recolhimento porta a porta é feito uma vez por semana, em dias alternados ao da coleta domiciliar. O material recolhido é destinado a 25 núcleos de cooperativas de catadores credenciados pela Comlurb – sendo que dois deles funcionam nas centrais de triagem da Companhia, em Irajá e Bangu. Todos formalmente constituídos e/ou em processo de constituição. Eles recebem gratuitamente materiais recicláveis da coleta seletiva, fazem a separação e comercializam os recicláveis com empresas especializadas, gerando emprego e renda para os cooperativados. A previsão é que este ano toda a cidade seja contemplada com o serviço.

Recentemente, em maio, a Comlurb recebeu do INEA a licença prévia para instalação de uma Unidade de Valorização Energética de Resíduos - VER, também a primeira da América Latina, que irá transforma lixo orgânico em energia. Outro projeto de vanguarda do Rio. A energia gerada será capaz de abastecer 120 mil domicílios, o que vai beneficiar cerca de 500 mil pessoas.

Outro projeto a caminho é a implantação de painéis para geração de energia fotovoltaica na CTR Gericinó. O projeto irá aproveitar de maneira sustentável área desativada do aterro, além de gerar energia suficiente para o autoconsumo remoto das unidades da Comlurb.

Tarquinio Almeida é presidente da Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro (Comlurb)