Simone Veloso - Divulgação
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Por O Dia
Rio - A pele, sem dúvida, é a parte do nosso corpo que mais sofre com os efeitos nocivos do sol. O surgimento do câncer de pele também está relacionado com a exposição ao sol. A radiação UV, ao atingir a pele desprotegida, pode provocar mutações no DNA das células e fazer com que transformações malignas ocorram. Índices de câncer de pele são altos no Brasil e acometem principalmente pessoas de pele mais clara.

O protetores solares são produtos capazes de prevenir os males provocados pela exposição solar, como o envelhecimento precoce e a queimadura solar, além do câncer da pele, pois eles contém substâncias que aplicadas na pele a protegem contra a radiação ultravioleta.

De toda radiação UV que chega à Terra, mais de 90% atravessam as nuvens. A radiação UV se divide em UVB e UVA, e ambas resultam em danos a pele.

Os raios UVB (5%), cuja incidência é maior entre 10h-15h, atingem as camadas mais superficiais da pele, por serem de de comprimento de onda mais curto, e estão muito associados ao surgimento da vermelhidão e queimaduras solares; atuam através de dano direto ao DNA, sendo os mais perigosos à saúde. No início e no final do dia há maior incidência da radiação ultravioleta A (UVA) que atinge mais profundamente a pele, sendo a principal responsável pelas manchas e pelo fotoenvelhecimento. Um fotoprotetor eficiente deve oferecer boa proteção contra a radiação UVA e UVB, pois ambos os tipos de radiação estão associados à incidência de cânceres de pele.

Os efeitos nocivos de um banho de sol continuam mesmo depois que você deixa a praia ou a piscina. O dano causado pela radiação ultravioleta gera um processo inflamatório que pode durar horas, após a exposição solar. Ocorre a formação de radicais livres na pele – e por isso podemos associar a fotoproteção com o uso de antioxidantes orais (conhecidos como “filtros solares sistêmico”).

É importante entender que o dano solar é intracelular, isto é, pode causar modificações no material genético da célula, podendo resultar em um câncer de pele; por isso a fotoproteção é fundamental. Deve ser feita independentemente do horário do dia e da estação do ano; deve ser diária e reaplicada ao longo do dia, caso for ocorrer exposição solar.

Todo filtro solar tem um número que determina o seu FPS, que pode variar de 6 a 100 (nos produtos comercializados no Brasil). O FPS mede a proteção contra os raios UVB, responsáveis pela queimadura solar, mas não medem a proteção contra os raios UVA, determinada pelo PPD, que habitualmente é 1/3 do FPS. A nova legislação de filtros solares exige que tudo que seja anunciado no rótulo, tenha testes que comprovem eficácia.

Enquanto que no verão normalmente são prescritos protetores com textura mais leve, oil free, no outono/ inverno, quando a umidade relativa do ar é mais baixa, os banhos mais quentes e prolongados e maior número de procedimentos estéticos são realizados, podemos usar filtros solares com ativos hidratantes e com textura mais umectante. Tanto os procedimentos quanto o ressecamento da pele deixam a pele mais sensível, sendo importante intensificar a rotina de cuidados com a pele, para manter o visual sempre saudável.
Simone Veloso é dermatologista e professora