
A reação da prefeitura foi anunciar a reforma dos cinco grandes túneis da cidade: Rebouças, Santa Bárbara, Noel Rosa, Zuzu Angel e Rafael Mascarenhas. Mas a autorização para licitar obras no valor de R$ 325 milhões foi publicada em 2018, e desde então, o valor foi reduzido para menos da metade e o processo foi paralisado. E embora não esteja na lista de obras, o Elevado Paulo de Frontin, (onde, não podemos esquecer, que em 1971, um trecho de 50 metros desabou, matando 20 pessoas e ferindo 18), merecia atenção, pois são visíveis os problemas na estrutura.
Os cariocas estão em risco e a manutenção é a única forma de se evitar acidentes. Sou morador da Zona Norte, e passo pelo viaduto Paulo de Frontin - não tenho parâmetros técnicos para ver, mas como leigo e como leiga é a maioria da população, não é preciso ser especialista para ver - a queda de reboco e a vegetação nascendo nele. Convido o leitor para fazer um city tour do terror, e passar pelo Viaduto de São Cristóvão – onde verá que o asfalto é irregular, e arbustos brotam do cimento. Em seguida, poderá atravessar o viaduto da Mangueira, onde o mato cresce nas pistas. Ou se preferir dar uma passada pelo Túnel Saint Hilaire, na Lagoa, que dá acesso ao Túnel Rebouças, por onde passam cerca de 150 mil veículos por dia, e embora essencial à trama urbana, verá que tem uma trinca que atravessa o asfalto e abre um espaço de cinco centímetros na barreira de concreto lateral da pista, no sentido Zona Sul. No Saint Hilaire, a rachadura não é nova: pode ser vista em imagens do Google Street View de 2018. E o leitor poderá ver com os próprios olhos, que no Túnel Zuzu Angel, um dos quem mais recebe movimento, tem uma árvore, que cobre parte da entrada e das placas de sinalização. E também poderá constatar o perigo passando pelas passarelas da Rua Arquias Cordeiro, em frente ao Hospital Municipal Salgado Filho, e as duas da Avenida Menezes Cortes, no Engenho Novo.
É urgente a investigação de responsabilidades sendo dever da Câmara Municipal, fiscalizar e dar publicidade a esse e outros fatos correlatos. Diante disso, solicitei uma vistoria acompanhado de peritos e técnicos nos túneis, viadutos e passarelas citados, com necessidades mais urgentes. Temos que cobrar da prefeitura do Rio, afinal são preocupantes as informações sobre o esvaziamento tanto orçamentário como de quadro pessoal e material dos órgãos responsáveis por vistorias e análises, que nos alertam para o risco imposto a milhões de moradores e turistas do mundo inteiro.