Marcos Espínola - Divulgação
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Por O Dia
Rio - Como dizia Monteiro Lobato “um país se faz com homens e livros”. A educação é o principal agente que pode transformar o futuro e a recente lei do Estado do Rio de Janeiro, obrigando aula de resistência às drogas e à violência vai nesta direção. Uma medida positiva, agregando na formação básica temas de extrema relevância para crianças e adolescentes. Uma iniciativa que não resolve todos os problemas, mas se apresenta como um passo importante para a conscientização de novos cidadãos.

Na década de 60 até o início dos anos 90 havia na grade curricular do ensino fundamental, as disciplinas de moral e cívica e OSPB (Organização Social e Política do Brasil), que apresentavam aos estudantes as principais instituições da sociedade e a organização do Estado, a Constituição, os processos democráticos, os direitos políticos e os deveres do cidadão. Infelizmente, ao longo do tempo isso se perdeu sob o argumento de ser desnecessário, o que é inadmissível.

Temas que fogem da grade curricular, mas que fazem parte da sociedade é sempre importante, principalmente para quem ainda está na educação básica. Sexo, preconceito, respeito, entre tantos outros fogem das matérias tradicionais como matemática e português, porém estão diretamente ligados a outras disciplinas como história, por exemplo. E é sempre importante as crianças entenderem o contexto e a evolução de cada assunto e em cada época.

Segundo o governo, o programa, inspirado no Drug Abuse Resistance Education (Dare), criado na Califórnia em 1983, será ministrado por Policial Militar fardado junto com o corpo docente, desenvolvendo atividades diversas, noções de cidadania, práticas de grupo e trabalhando nas crianças a ansiedade e a autoestima, estreitando o relacionamento entre a PM, a escola e a família.

Segundo alguns especialistas, esta metodologia é mal avaliada nos EUA, no entanto, o programa já existe de forma pontual, atendendo a mais de 2.400 escolas em todo o Estado, com 45 mil alunos beneficiados, 85% deles de turmas do 5º ano do ensino Fundamental.

O fato é que as drogas são um problema de saúde pública no Brasil. Segundo recente pesquisa da Fiocruz, 9,9% dos brasileiros relata ter usado drogas ilícitas uma vez. Além delas, o estudo mapeou o consumo de álcool, revelando que 16,5% dos entrevistados indicaram abusar na dosagem. E o pior é que esse consumo tem acontecido cada vez mais cedo. Portanto trazer esse tema para a sala de aula é, definitivamente, uma medida de educação e prevenção.

Marcos Espínola é advogado criminalista