Rosenverg Reis (MDB) - Divulgação
Rosenverg Reis (MDB)Divulgação
Por O Dia
Rio - Estudos divulgados pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) mostraram que a demora no trajeto de casa para o trabalho, e do trabalho para casa, do morador da região metropolitana, prejudicava a economia do Estado em R$ 19 bilhões. Isso já seria suficiente para comprovar que o projeto de ligação da Baixada Fluminense com o centro do Rio por meio de barcas é a solução mais eficiente para diminuir a enorme circulação de ônibus que saem da região para a capital, reduzindo também os congestionamentos. Mas adotar o transporte hidroviário vai muito além. Diminuir o tempo de viagem de cerca de quatro milhões de passageiros que circulam nesse trajeto é questão de qualidade de vida. Por isso não podemos descansar enquanto esse sonho não se tornar realidade.

Desde que foi anunciada uma nova licitação para o sistema aquaviário do Rio, há cerca de dois anos, os moradores da Baixada voltaram a sonhar com a operação das barcas no trajeto Caxias-Praça XV. Aprovado pela primeira vez em 2012, o projeto de ligação dos dois trechos chegou a ser vetado pelo ex-governador Pezão, mas a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) derrubou o veto por unanimidade. Em 2017, apresentei a indicação legislativa nº 3229, que finalmente foi aceita pelo Estado, para inclusão no edital de concessão das barcas a obrigatoriedade da linha aquaviária para Caxias.

Alternativa de transporte a pistas como Avenida Brasil e Linha Vermelha, e os trens da SuperVia, a operação das barcas no trajeto Caxias-Praça XV também recebeu sugestões da população caxiense em audiência na Câmara dos Vereadores. Por isso, reiterei o apelo ao atual governador Wilson Witzel, através da indicação 1699/2019, até porque não estou só nessa luta.

A população de Duque de Caxias também está muito bem representada pelo prefeito Washington Reis, que já iniciou obras de acesso para a instalação da nova estação hidroviária, a ser construída nos fundos do Hospital Municipal Moacyr do Carmo; além de estar trabalhando na infraestrutura para colocar ônibus integrados às barcas. A maquete da estação já foi, inclusive, apresentada, recentemente, ao secretário estadual de Transportes.
Trata-se, portanto, de um sonho embasado na vontade do povo, nas ações do Legislativo e Executivo e no estudo de especialistas que asseguram os inúmeros benefícios que uma realização desse porte pode atrair para todos.

Segundo o mesmo estudo divulgado pela Firjan, em 2015, por causa dos enormes congestionamentos, os moradores da região metropolitana do Rio demoravam 141 minutos para se deslocar em trajetos que durariam, no máximo, 30 minutos, sendo os moradores de Japeri os que ficavam mais tempo: cerca de três horas! Mesmo considerando o trajeto realizado via trem, o transporte aquaviário ainda continuaria a ser a melhor alternativa. Saindo da Central do Brasil, uma viagem que dura, em média, 45 minutos até Caxias poderia ser realizada de 25 a 40 minutos via barcas.

Atualmente, a licitação para o sistema aquaviário do Rio segue sendo analisada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). As barcas para a Baixada Fluminense, integradas a um eficiente modelo de interação com os demais transportes, serão um marco na história do Rio de Janeiro, ao impactar positivamente milhares de pessoas que vivem nos municípios da Baixada, diminuindo o tráfego nas principais vias que ligam o centro do Rio a essas regiões. Cabe a nós, representantes do povo, lutar para tornar realidade o que, para muitos, será mais do que um sonho, mas a certeza de que o direito de ir e vir com melhor qualidade de vida estará assegurado com a consolidação das barcas Caxias-Praça XV.

Rosenverg Reis é deputado estadual pelo MDB-RJ