A idealização da maternidade possui um aspecto que não abre espaço para sentir o que é real. Não existe super mulher e nem super mãe, e sim, uma pessoa, com seus medos e seus sentimentos. Existem renúncias, trocas, e o aprendizado diário da maternidade que se dará através da relação que se estabelecerá entre ela e seu bebê.
É preciso dar espaço para que essa mãe possa falar de suas inseguranças e suas angústias, sem dar palpites ou fazer interferências, é justamente assim, sendo escutada e compreendida, que ela conseguirá abrir lugar dentro dela própria para desabrochar seu jeito de lidar com a maternidade.
Como a maternidade tem muito de idealização, não só da própria maternidade, como também a idealização do bebê, é comum observar a mãe que se desdobra em busca da perfeição. Sem muitas vezes entender que cada uma terá sua própria experiência, e que, portanto, é singular. Ajudar a mãe a se tornar mais confortável e segura com a sua maternidade é o melhor que se pode fazer.
Guardar os sentimentos não faz com que eles desapareceram. Ter noção das próprias dificuldades e conversar sobre elas é mais do que meio caminho andado para buscar formas de administrar e resolver. A conversa é uma forma de compartilhar e de fazer circular novas idéias e perspectivas. Ter uma conversa franca com pessoas de sua confiança é bastante positivo ajuda a redimensionar o problema e se sentir mais confortável emocionalmente.
É comum as pessoas terem vergonha de reconhecer que tem sentimentos, sobretudo os que são considerados negativos e quando são sentimentos negativos sobre a maternidade, tendem a guardar esse segredo a sete chaves. E por esse motivo é importante dizer que todas as mães podem ter sentimentos bons e ruins, e que isso é normal.
É possível que uma pessoa passe por situações tão difíceis quanto impensáveis. E cada um pode reagir de forma diferente. Dependendo da intensidade do trauma algumas pessoas podem se fechar e guardar esse segredo/dor por muito tempo ou uma vida inteira; isso ocorre por não acreditar que alguém possa escutar, ou, por medo, insegurança ou até vergonha de ter passado tal situação ou ainda por receio do julgamento e opinião alheia. Falar sobre essa dor, pode ajudar a re-significar e apesar dela, experimentar a vida com mais alegria.