Zeca Medeiros - Divulgação
Zeca MedeirosDivulgação
Por Zeca Medeiros Coordenador da Patchwork Design Arte Natal

A crise econômica cada vez mais abre espaço para um mercado que se encontra em expansão: o artesanato. O número de pessoas que decidiu trabalhar por conta própria no primeiro trimestre deste ano atingiu um dos maiores índices dos últimos quatro anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos quase 20 anos que trabalho com uma feira tradicional de patchwork no Rio de Janeiro e em São Paulo, vejo que muitas famílias passaram a investir no artesanato como a principal fonte de renda.

As feiras acabaram se tornando uma excelente oportunidade para a divulgação dos artesãos. A feira Patchwork Design Arte Natal é um exemplo dessa expansão. Como resultado, os dois eventos têm obtido crescimentos expressivos nos últimos três anos. Em 2018, o evento teve um faturamento de R$ 4 milhões, 7% a mais do que no ano anterior, e este ano esperamos um crescimento de 10% para o evento no dia 6 de novembro no Monte Líbano.

Com a crise no mercado formal de trabalho, muitas pessoas tomaram a decisão de investir em trabalhos por conta própria. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), dos 91,9 milhões de empregados entre janeiro e março, 25,9% trabalhavam de maneira independente. Na prática, significa que quase 24 milhões de brasileiros arregaçaram as mangas e tomaram a decisão de investir em alternativas fora do mercado formal para ter a própria renda e sobreviver em meio à crise.

Oficinas e workshops

A qualificação desses novos autônomos muitas vezes acontece em oficinas e workshops. Para quem quer começar, as oficinas são uma boa dica para aprender a fazer objetos práticos de uma forma bem fácil, que podem gerar renda ou ser uma opção de um presente bonito e barato para as festas de fim de ano. Milhares de artesãos têm no Natal e nos eventos de fim de ano uma grande oportunidade para divulgar seus trabalhos.

Segundo pesquisa realizada pelo Clube do Artesanato no ano passado, das 3.649 pessoas ouvidas, 62% do mercado de artesanato brasileiro estão na Região Sudeste, e o restante nas outras quatro regiões do país. 97% dos artesãos são do sexo feminino, 38% têm entre 31 e 45 anos, 31% entre 46 e 55 anos, 25% estão acima de 56 anos, 4% entre 26 e 30 anos, e apenas 2% entre 15 e 25 anos.

A originalidade, a diversidade e a criatividade do artesanato brasileiro são reconhecidas no mundo todo. Cada região tem a sua peculiaridade e imprime no trabalho artesanal sua identidade. Ainda de acordo com a pesquisa, em momento de crise, o artesanato ajudou 56% dos entrevistados a aumentar a renda. Além disso, 31% sustentam entre duas e quatro pessoas com os ganhos obtidos a partir da venda das peças.

Você pode gostar
Comentários