A hipertensão, o colesterol alto, o tabagismo e o álcool são fatores de risco para a perda da memória, pois todos começam a acelerar o processo de envelhecimento das artérias. O processo começa com a obstrução nas micro artérias, ocasionando perda de sangue em regiões do cérebro, causando pequenas isquemias e assim os neurônios ficam sem nutrientes e morrem. Por isso é importante praticar atividade física que ajuda a diminuir os fatores de risco, promove maior vascularização cerebral e assim aumentar a ação dos neurotransmissores.
Ficar atento a alguns sinais pode ajudar na prevenção da alteração da memória. A partir dos 65 anos é o período que geralmente este problema começa a ocorrer. É importante reparar se a pessoa esquece fatos recentes. Depois se esquece de eventos mais antigos. Se não lembra onde deixou objetos e/ou se esquece do nome das pessoas. Esses são alguns sinais do problema. Muitas vezes sinais de uma demência na fase inicial podem ser confundidos com depressão.
Um das demências mais comuns é o Alzheimer. O Alzheimer é uma doença neurológica e degenerativa. A doença manifesta-se através de uma demência progressiva, que aumenta sua gravidade com o tempo e os sintomas começam lentamente e se intensificam ao longo dos anos. A doença é dividida em três fases: inicial, moderada e avançada e em cada fase os sintomas vão se intensificando até chegar o doente precisar de um acompanhamento constante.
Existem outros tipos de demência e problemas de saúde que afetam a memória. Um fator muito importante para a saúde do cérebro é a qualidade do sono. Ter um sono completo com todas as fases ajuda a memória. A fase REM aumenta a atividade cerebral, oque é essencial para a codificação de informações úteis. O sono é um recuperador de energias. Ele ajuda a levar mais energia para os neurônios, promovendo as sinapses.
O cérebro tem proteínas que se ligam aos neurônios e quando acontece a diminuição das sinapses (que é a ligação entre os neurônios), acontece a perda de memória, que é uma limitação na comunicação entre os neurônios. A falta de sinapse faz com que os neurônios fiquem sem energia e comecem a morrer.
Não existe remédio para reverter a perda de memória. Hoje os medicamentos servem para tentar evitar a piora da morte dos neurônios. As medicações estimulam os neurotransmissores no cérebro. E ao contrário do que muita gente pensa, o café não prejudica a memória. Estudos comprovaram que a cafeína tem eficácia na “fixação” da memória. Agora os estudos estão voltados para interpretar como a cafeína atua em cada parte da memória, uma delas é o hipocampo.
André Lima é neurologista e diretor da Neurovida