Paulo Mangueira - Divulgação
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Por O Dia
Rio - A Comlurb, Companhia de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro, alcançou a marca inédita de mais de 80% de materiais potencialmente recicláveis coletados no Rock in Rio, em algumas noites de shows. Do total de 321,3 toneladas de lixo coletadas nos sete dias de eventos na área interna, 70%, 245,7 toneladas, foram de materiais potencialmente recicláveis. A Companhia, que foi contratada pela segunda vez para executar o serviço de limpeza, coleta e dar a destinação final do lixo na fase de montagem, durante e desmontagem do evento, utilizou uma técnica também inédita. A Comlurb não deixou só nas mãos do público a separação do lixo, equipes da Coleta Seletiva compartilharam a responsabilidade, se colocando em pontos estratégicos da Cidade do Rock para fazer a triagem do material e aumentar o percentual de segregação dos resíduos recicláveis.

Ou seja, o lixo que foi descartado pelo público de forma incorreta, a Comlurb resgatou no processo. Foram colocados na área interna 2.000 contêineres, sendo 1.000 com adesivos azuis para orgânicos e 1.000 com identificação na cor verde para os resíduos potencialmente recicláveis. A estratégia permitiu que a Companhia ofertasse aos catadores cooperativados credenciados nas centrais de triagem em Irajá e Bangu, reunindo mais de 80 famílias, um material realmente de excelente qualidade para comercialização. A expectativa da Companhia é que o material coletado nos sete dias de Rock in Rio renda a cada família o dobro que ganhariam em um mês de trabalho.

Desde as primeiras reuniões sobre o nosso planejamento para o Rock in Rio buscamos soluções que garantissem o maior percentual possível de materiais potencialmente recicláveis, como vidro, plástico, alumínio e papel. Treinamos nossos garis, adesivamos contêineres, montamos uma força-tarefa de funcionários para garantir uma segregação mais eficiente. A Companhia disponibilizou 1.143 garis e 158 agentes de limpeza urbana, trabalhando em três turnos, para executar os serviços de varrição e limpeza das áreas de circulação do público, VIP, arenas 2,3 e velódromo, palcos e camarins, além de banheiros e postos de saúde.

O trabalho da Comlurb no evento foi 100% sustentável. Até mesmo os orgânicos foram totalmente aproveitados. Eles foram encaminhados ao EcoParque do Caju, da Comlurb, para serem utilizados na Unidade de Biometanização, onde foram transformados em biogás para geração de energia, biocombustível ou condicionador de solos, e para compostagem. Os rejeitos do processo foram destinados à empresa Usina Verde, pioneira no Brasil no desenvolvimento tecnológico para a recuperação de resíduos sólidos, para incineração e transformação em energia.

A importância da segregação de materiais é fundamental para garantirmos um meio ambiente mais limpo, além de reduzirmos a emissão de resíduos levados diariamente ao Centro de Tratamento de Resíduos (CTR-Rio), em Seropédica, o maior e mais moderno da América Latina, com tecnologia de ponta. Nossa estratégia funcionou tão bem no Rock in Rio que já estamos pensando nos próximos grandes eventos, como Réveillon e Carnaval, quando faremos o possível para obtermos mais recordes de coleta de materiais potencialmente recicláveis, garantindo o reaproveitamento máximo possível desses itens, gerando uma cidade cada dia mais limpa e ambientalmente mais sustentável. Nosso trabalho de uma coleta seletiva mais eficiente não finda no Rock in Rio, ele apenas começa aqui.
Paulo Mangueira é presidente da Comlurb