Camilla Braz - Divulgação
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Por Camilla Braz Responsável pela Diversidade e Inclusão na Ocyan

Diversidade e inclusão fazem parte de uma agenda impostergável e urgente. Sabemos que ainda é preciso vencer uma longa estrada no mundo das nossas corporações quando o tema é diversidade e busca por equidade. Segundo o IBGE, o país é composto por 51% de mulheres, 54% de negros e 23,7% de pessoas com deficiência, ou seja, esse público junto é a grande maioria da nossa população, mas quando olhamos o mercado de trabalho, ele ainda tem pouca visibilidade.

No Brasil, as mulheres ocupam apenas 12% dos cargos de alta liderança e os negros não chegam a 5%, segundo o Instituto Ethos. Pessoas com deficiência, geralmente, são contratadas em cumprimento à lei de PCD e os transexuais ainda são casos isolados nas grandes corporações.

Nesse cenário, uma das mais recentes vitórias da nossa sociedade foi a decisão do Supremo Tribunal Federal, em junho último, que, por oito votos a três, criminalizou a LGBTfobia. O STF reconheceu que houve omissão do Congresso Nacional em relação ao tema e equiparou os crimes de ódio contra lésbicas, gays, bissexuais e pessoas trans ao racismo.

Essa decisão do STF já trouxe consequências para as empresas e organizações. Canais para denúncias e reforço do setor de compliance, entre outras medidas, vem sendo criados internamente por várias companhias, preocupadas em estimular a boa convivência, o respeito e garantir oportunidades a todos, independentemente da opção sexual, do gênero, da raça e da condição física ou social.

A Ocyan foi uma das primeiras empresas da cadeia produtiva do petróleo (óleo e gás) no Brasil a colocar o tema da diversidade na sua pauta. Já entre 2016 e 2017 esse tema passou a figurar como um de seus grandes desafios. A área de Compliance e o Canal Linha de Ética da companhia funcionam desde 2017 como espaços que objetivam, dentre outras coisas, garantir o respeito à inclusão, mitigando de forma incisiva casos de preconceito e discriminação, contribuindo diretamente para a promoção de um ambiente de segurança psicológica, de respeito e empatia.

Pensando nisso, os executivos da Ocyan mergulharam neste desafio, com um esforço adicional em função da cultura do setor de óleo e gás, onde a empresa está inserida, que é predominantemente masculina. Fomos buscar apoio com quem estava mais familiarizado com os bons exemplos e encontramos suporte na consultoria Mais Diversidade, que nos ajudou entrar com segurança nesse universo. Feito todo o dever de casa, em 2019 os temas da diversidade e inclusão já foram incorporados ao dia a dia da nossa corporação. Avançamos com a sensibilização e a necessidade de convivência entre todos os grupos e já fizemos as primeiras entregas, como a flexibilização do horário de trabalho para as integrantes quando voltam da licença-maternidade.

Dada tamanha importância, a Organização das Nações Unidas estabeleceu como uma das metas do milênio a promoção da diversidade de gênero e a autonomia das mulheres, assunto que foi incorporado às discussões da Rio Oil & Gas de 2018. A participação das mulheres no setor ainda é tímida, mas esse dado acaba sendo um reflexo da menor presença delas nas faculdades de ciências exatas e de tecnologia. Para que as próximas gerações de profissionais vivenciem um ambiente de trabalho com igualdade de gênero e consigam alcançar os postos mais altos, é fundamental ampliar as oportunidades de desenvolvimento das mulheres, contribuindo assim para seu crescimento profissional e acompanhamento de perto de seus potenciais e possibilidades de aperfeiçoamento.

O caminho ainda é longo, mas é preciso comemorar os avanços. Dados de uma pesquisa da Boston Consulting Group (BCG) e do World Petroleum Council (WPC) mostram que, 27% de todas as mulheres que ingressam no setor de óleo e gás, apenas 17% ocupam cargos executivos. Na Ocyan, já temos 13% de mulheres em cargos de liderança, incluindo duas gerentes de plataformas, mas estamos trabalhando forte para fazer muito mais. Paralelo a isso, nossos desafios são agora ampliar a inclusão de pessoas com deficiência, manter um olhar próximo a outros grupos de atenção como LGBTQ e raça, bem como manter como destaque o tema da desigualdade social e formas para criar oportunidades iguais a todos. Vamos em frente.

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