A internet criou um espaço pessoal de aprendizagem, onde cada um estabelece quando e como quer aprender. O querer é motor nesse processo. Não é difícil pedir alguém que use o smartphone para buscar uma informação. O difícil é parar de utilizá-lo. Para uma nova geração de aprendentes, estudar na rede é muito mais interessante. É preciso, então, atualizar nossas qualificações para o mundo das tecnologias da inteligência.
As pessoas não só aprendem, mas se qualificam on-line. Um exemplo está nos cursos de Ensino Superior. Nos cursos EaD, a curva de novas matrículas está em ascensão, enquanto na modalidade presencial está em queda. Há uma transformação no mundo do conhecimento e da aprendizagem. Na educação, seis em cada dez alunos dos cursos de formação de professores estudam a distância. A maioria em redes privadas. Entre 2010 e 2017, o crescimento de alunos nessa modalidade de ensino em instituições particulares atingiu 162%.
Esse panorama é resultado de alguns fatores, tais como: há um número expressivo de cursantes que não consegue estudar presencialmente; sair de casa já não é tão barato e nem tão seguro; há faculdades presenciais que ainda utilizam metodologias ultrapassadas e os cursos EaD são mais acessíveis financeiramente.
Há muitas críticas acerca desse tipo de formação para o magistério. Por outro lado, há críticas nos cursos presenciais também, e estes quase não utilizam tecnologia, e pouco preparam os futuros docentes para o uso delas, algo fundamental para atender às demandas atuais da escola. Porém, a especificidade dos cursos EaD baseia-se em plataformas digitais, permitindo que o aluno desenvolva a autonomia e a aprendizagem colaborativa. É uma tendência irreversível: aprenderemos cada vez mais por meio de instrumentações tecnológicas.
*Eugênio Cunha é professor e jornalista.