Bruno Ribeiro - Divulgação
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Por Bruno Ribeiro*
Amarelinha, pique-esconde, bafo, queimado... Não importa a geração, algumas brincadeiras infantis parecem eternas. Em tese, elas sempre terão espaço nos momentos de lazer das crianças e até de adolescentes. Isso ocorre pelo ímpeto de dar continuidade as nossas experiências. E, por serem saudáveis, esses divertimentos cotidianos ficam nas lembranças afetivas dos adultos, que têm por hábito transmiti-las aos mais jovens.

Sabemos, porém, que o tempo é mutante. Neste sentido, isso pode ganhar uma contação positiva ou negativa. Tomando isso como parâmetro, temos um cenário recente de muita hostilidade em relação a crianças e adolescentes quando o assunto é diversão.

Duas brincadeiras vêm chamando a atenção por suas características violenta. São elas a roleta e chamada rasteira. Ambas foram inventadas nesses tempos modernos e tomou grande projeção entre os jovens, viralizando até mesmo nas redes sociais. Mas é imprescindível que os responsáveis e os profissionais de educação fiquem alertas. Explico o porquê.

A rasteira, por exemplo, envolve três pessoas que se enfileiram lateralmente para derrubar aquele que fica no meio. Os dois da ponta aplicam um golpe nas pernas que causa o desequilíbrio do corpo. Sem controle ou reação, a pessoa desmorona no chão. Já na roleta, dois participantes giram uma terceira pessoa como uma espécie de cambalhota. Muitas vezes, ao fazer esse movimento, aquele que é girado também cai com força no chão. Em ambas a situações, o trauma físico é iminente.

Especialistas na área de saúde informam que um queda inesperada pode gerar lesões simples, como escoriações, luxações e fraturas, mas também algo mais grave, como paralisia e até o óbito. E foi isto que aconteceu com uma adolescente de 16 anos, do Rio Grande do Norte, que acabou morrendo ao participar da roleta. A menina bateu com a cabeça no chão e teve um profundo traumatismo craniano.

Como gestor de educação, responsável pela manutenção de 93 unidades escolares com cerca de 30 mil alunos, faço um alerta de extrema importância para que se dê um basta nessas “brincadeiras”. É preciso conscientizar a todos que esse tipo de passatempo não tem nenhuma graça.
*Bruno Ribeiro é presidente da Fundação Municipal de Educação de Niterói