oPINAFEV26FEV - Arte Paulo Márcio
oPINAFEV26FEVArte Paulo Márcio
Por Scott Hamilton*
Fevereiro é o mês da História Negra nos Estados Unidos, quando comemoramos a vida afroamericana, sua história e cultura. É um momento em que refletimos sobre sua contribuição ao país, seus sacrifícios e as vidas de heróis nacionais como Rosa Parks, Martin Luther King Jr., Langston Hughes, entre outros. Nós, os americanos, não estaríamos onde estamos hoje sem a colaboração e avanços dos afrodescendentes.
Quatro mulheres afroamericanas que trabalharam como computadores humanos para a NASA durante a corrida espacial ganharam a Medalha de Ouro do Congresso no ano passado, a maior honra civil concedida pelo Congresso dos EUA. Aproximadamente um milhão de soldados afroamericanos lutaram na Segunda Guerra Mundial pela liberdade na Europa, uma vitória que Brasil e Estados Unidos irão comemorar em maio.
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Ao celebrarmos as conquistas e os avanços na inclusão, é importante reconhecer que ainda temos trabalho a fazer para alcançarmos a verdadeira igualdade. O Brasil e os Estados Unidos compartilham uma história rica, assim como uma história terrível de escravidão. Nunca atingiremos todo o nosso potencial como as duas maiores democracias multirraciais do hemisfério até termos uma verdadeira diversidade de liderança e igualdade de oportunidades.

A Missão Diplomática dos EUA no Brasil apoia projetos que auxiliam os dois países a enfrentarem esses desafios compartilhados. Doamos 500.000 dólares em 2019 para apoiar o trabalho de restauração do Cais do Valongo, que, redescoberto em 2011, tem imensa importância humana e histórica – é o maior porto de entrada de africanos escravizados nas Américas e um lembrete de quanto trabalho resta a ser feito. Essa iniciativa faz parte de mais de 20 anos de cooperação entre Brasil e Estados Unidos para promover a igualdade racial. Também reconhecemos o trabalho de ativistas que promovem a inclusão social. Em 2019, o babalaô Ivanir dos Santos, líder do candomblé no estado do Rio de Janeiro, ganhou o prêmio International de Liberdade Religiosa do secretário de Estado Mike Pompeo por sua permanente luta contra a intolerância.
O Consulado dos EUA no Rio de Janeiro também incentiva a inclusão e o empoderamento a partir do aprendizado da língua inglesa, que abre portas no mercado de trabalho. Lançamos, neste mês, um curso de inglês de um ano para afrobrasileiras de baixa renda, com foco no desenvolvimento profissional. Esse é um passo importante, entre outros, que o consulado dá para preencher a lacuna de oportunidades, com capacitacação, networking e incentivo à captação de recursos. Dra. Mae Jimson, primeira astronauta afroamericana, disse: "Nunca seja limitado pela imaginação limitada de outras pessoas". Que o trabalho realizado pelo Brasil e os Estados Unidos para apoiar a inclusão ajude todas as pessoas, de todas as raças e origens, a serem ilimitadas.


*Scott Hamilton é Cônsul Geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro