Marta Relva - Divulgação
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Por Marta Relvas*
Ainda bem que estamos vivo para sentir o que é o distanciamento físico, social, real, voluntário ou não, porém, obrigatório. “Pare o mundo, que eu quero descer”! Na grande maioria das vezes é a frase que dizemos sem pensar e sem sentir, só queremos que o tempo pare. Literalmente, o mundo está parado e a nossa rotina, resignificada.

Por outro lado, em tempos de internet, continuamos “a mil”, não podemos parar e nem nos dar ao luxo de reconhecer o que está realmente acontecendo a nossa volta, ou seja, entender como a invasão de uma estrutura, partícula, não viva, microscópica que só é considerado biologicamente ativo, quando encontra-se em uma célula viva para se hospedar. Sim, morar, pois, a célula é um ambiente que o vírus encontra meios favoráveis para se proliferar, compartilhando sua molécula hereditária de RNA, multiplicando-se. Não é possível vê-lo a olho nu, mas, somente, por investigações e evidências científicas, sim, o vírus, existe.

Rotina! Que saudade, de verdade! Momento de muitas mudanças. Com certeza, não está sendo fácil para ninguém na Terra, repensar uma nova adaptação de vida, diante do que não vemos, mas que sabemos que está provocando grandes alterações na rotina da vida humana. Tenhamos a única certeza, que estamos em um momento provisório, e que estamos atravessando uma fragilidade da vida que jamais poderíamos pensar que seria tão próximo de nós, o cuidar de si para não disseminar esta partícula para outrem. O nosso maior desafio é o proteja-se, para proteger o outro.

Em tempos de Covid-19, o que vem às nossas cabeças? O medo?! Por isso, além dos cuidados com o corpo físico, vamos cuidar da mente, evitando que “informações tóxicas” nos provoquem pensamentos ruins. Momento de repensar as relações, falar ao telefone, enviar mensagens para pessoas que não vimos há muito tempo, acariciá-las por meio de palavras e atitudes positivas.

Vamos ou pelo menos tentar, acalmar as nossas mentes, nossos cérebros e corações. Tudo é importante. Inspire e expire, para oxigenar o corpo físico e mental. Mas, qual é a sua, a nossa prioridade? O momento é de valorização da nossa vida, para que juntos possamos reduzir a disseminação do vírus, que pode ser letal para muitos humanos. Então, sejamos humanos, pela empatia, pelo respeito e ética ao próximo, e por amor, seguindo as recomendações de higiene que são informadas pelas Instituições de Saúde.

Em tempo de Covid-19, sabe aquele chá que você combinou com você mesma (o) e não bebeu por falta de tempo? Vá à este encontro, com o “eu”, “comigo mesma (o)”, ou até mesmo partilhando esse momento com pessoas que estejam junto à você fisicamente. Vamos nos olhar e nos escutar, sem nos tocar, seguindo as orientações, em nosso isolamento, que é apenas físico, por isso, é sim à afetividade, a empatia, ao amor. Por enquanto é tempo de aguardar. O melhor é viver um dia a cada vez, para refazer o caminho. Todos nós do planeta estamos estarrecidos e desnorteados, porém, estamos tentando refletir e aprender com todas essas as mudanças. Um fraterno abraço virtual e um ajudando ao outro.

*Marta Relvas é escritora e membro da Sociedade Brasileira de Neurociência e comportamento