Aristóteles Drummond, colunista do DIA - Divulgação
Aristóteles Drummond, colunista do DIADivulgação
Por Aristóteles Drummond*
O momento é de baixar a bola, como se diz. O presidente da República e os da Câmara e do Senado precisam se sentar à mesa e definir uma pauta positiva a ser votada, sem emendas, por consenso. Sem esquecer de levarem em consideração a gravidade do quadro político, econômico, social e da pandemia, que está realmente em preocupante evolução.

É preciso um acordo em torno da volta à normalidade, de forma organizada, e do controle nos gastos que realmente já ameaçam nosso futuro, fazendo retornar os tempos da inflação. Sem uma economia respeitada, austera como deve ser nas crises, não vamos ter como captar investidores. O que, aliás, está mais complicado do que nunca, pois os demais países estão quebrados e muitos já oferecem bom ambiente para negócios. O Brasil compete com outros países, alguns deles menores, mas mais estáveis e seguros.

Com o amadurecimento da população, o acompanhamento dos acontecimentos, por meio dos jornais, rádios, televisão e mídias sociais, faz com que a sociedade como um todo saiba o que é certo e o que é errado. O trabalhador sabe que é melhor uma redução de salário, uma suspensão de contrato, do que o desemprego sem perspectivas de volta. A demagogia está com seus dias contados, assim como o chamado sindicalismo selvagem, em que dirigentes a serviço de ideologias e de emprego garantido colocam em risco o trabalho dos que deveriam defender e representar.

Os políticos em posição de governo estão passando por um teste com a pandemia e os recursos alocados na saúde. Não serão perdoados os que prevaricarem no uso dos recursos para salvar vidas. E tem sido chocante as denúncias de licitações fraudulentas nas compras criminosas em empresas inexistentes ou sem nível para honrar compromissos. A delinquência tem sido constatada de Norte a Sul do país. Teve até pet shop vendendo exames de covid-19, no Sul.

Temos de facilitar a volta ao trabalho, com responsabilidade, e estimular o empresário a investir, pois, do contrário, não haverá emprego nem vendas para sustentar o que vai restar de comércio no Brasil. Gastança com dinheiro público e salários de marajás no setor público agravarão a situação. Tem até projeto no Congresso defendendo a venda pelo crediário a consumidores com ficha suja. Propostas de aumento de impostos representam um tiro no pé. Muito imposto é pouco investimento e fuga de capital. E hoje o povão sabe disso. Ainda bem.

Seria o caso de se repetir a palavra de ordem do fundador deste jornal, Adhemar de Barros: fé em Deus e pé na tábua!
*Aristóteles Drummond é jornalista