Recentemente, em algumas cidades, a Justiça decidiu pela obrigação do uso da máscara em espaços públicos sob pena de multa. Infelizmente, no Brasil, ainda é preciso de determinações judiciais para sensibilizar a população quanto a medidas preventivas à saúde, mas essa é a nossa realidade.
Não podemos negar que os flagrantes de desobediência têm sido constantes em todo o país. No Rio de Janeiro, durante a quarentena não foram poucos os casos de desrespeito, incluindo festas, aglomerações e a ausência de proteção. Agora, com a retomada das atividades, autorizadas pelo governo do estado e prefeitura, a situação ficou ainda mais explícita. Na praia é como a vida tivesse voltado ao normal, cheia e com pessoas próximas e sem máscaras.
Coincidência ou não, os casos de Covid vêm subindo e já são, somente no Rio, quase 100 mil, com quase 10 mil mortes. O descontrole só tende a piorar a propagação, comprometendo não só o sistema de saúde, que já convive com dificuldades de toda ordem, mas também os profissionais de serviços essenciais que não pararam, trabalhando pela sociedade de um modo geral. No Rio, quase 30 policiais vieram a óbito por Covid-19 e dois mil PMs estão afastados das Ruas. Em todo o Brasil esse número é maior e atinge também os médicos. Foram mais de 100 que morreram por conta da doença, além de mais de 150 enfermeiros.
Cada cidadão deve fazer a sua parte e quem pode deve continuar em casa. Quem precisa ir para a rua deve, necessariamente, seguir todas as determinações sanitárias e de saúde. Uma disciplina que pode contribuir para amenizar o contágio desse inimigo invisível.
*Marcos Espínola é advogado e especialista em Segurança Pública